Animal que sobreviveu a cinco extinções em massa agora é ameaçado pela ação humana

Uma espécie que habita a Terra há 450 milhões de anos é considerada fundamental para a medicina moderna. Este animal chama a atenção dos pesquisadores por vários motivos, entre eles pela incrível capacidade de sobrevivência.

Estamos falando do Limulidae spp., também conhecido como caranguejos-ferradura. Estas criaturas já enfrentaram cinco extinções em massa e possuem sangue com uma coloração diferenciada. No entanto, as atividades humanas estão colocando a espécie em risco.

Importância do animal para a medicina moderna

  • Segundo os cientistas, o sangue azul é resultado da presença de hemocianina, uma proteína baseada em cobre que possui uma função parecida com a da hemoglobina nos mamíferos.
  • Ela transporta oxigênio com muita eficiência pelo corpo dos caranguejos-ferradura, permitindo que prosperem na água.
  • Além disso, o sangue tem propriedades antibacterianas, o que faz dele uma ferramenta indispensável para o Lisado de amebócitos de Limulus (LAL).
  • Este é um teste usado na detecção de endotoxinas bacterianas em vacinas e equipamentos médicos, sendo considerado um dos pilares da segurança médica moderna.
Caranguejo-ferradura é conhecido por sua capacidade de sobrevivência notável (Imagem: KymLens/Shutterstock)

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Populações da espécie caíram até 75% desde os anos 1980

Como já dissemos, os caranguejos-ferradura têm uma capacidade de sobrevivência invejável. Eles conseguiram superar até mesmo a extinção do Permiano-Triássico, que ocorreu há 252 milhões de anos atrás e foi responsável pela morte de cerca de 96% de todas as espécies marinhas da Terra.

Os cientistas destacam que a biologia robusta dessas criaturas garantiu sua adaptabilidade e sobrevivência a eventos tão extremos, com mudanças ambientais brutais. No entanto, elas talvez não consigam sobreviver aos seres humanos.

Em função da sua importância para a medicina, a população dos caranguejos-ferradura têm diminuído ao longo dos últimos anos. As criaturas são, na sua maioria, devolvidas ao oceano após terem colhidas amostras de sangue, mas ficam muito frágeis e acabam morrendo.

Espécie está ameaçada pela ação humana (Imagem: finchfocus/Shutterstock)

Além disso, a pesca e a destruição de habitats marinhos colocam esta espécie em risco. Para se ter uma ideia, em regiões como a Baía de Delaware, nos Estados Unidos, as populações destes animais caíram em até 75% desde os anos 1980.

Defensores do meio ambiente alertam para a importância das criaturas e sugerem alternativas para evitar sua extinção. Entre elas estão a criação de substitutos artificiais ao sangue do animal, proteção dos habitats onde a espécie põe ovos, desenvolvimento de regulamentação mais rígidas para a coleta das criaturas e campanhas de educação pública sobre a espécie.

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