Governo federal diz que desnutrição em Terra Yanomami registrou queda de 68%

O Governo Federal anunciou que o programa de saúde na Terra Indígena Yanomami ocasionou uma redução de 68% nos óbitos por desnutrição. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (20).

A Terra Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, abriga cerca de 27 mil pessoas e está localizada em Roraima. Segundo as informações divulgadas, sete polos de saúde foram reabertos nos últimos dois anos, o que beneficiou cerca de 5 mil indígenas, além de terem sido distribuídas mais de 114 mil cestas básicas.

Além disso, o Governo Federal destinou R$ 1,7 bilhão para combater a crise humanitária, com a criação da Casa de Governo em Boa Vista. O local tem o objetivo de centralizar as operações de retirada de garimpeiros e a recuperação da autonomia dos Yanomami.

O combate ao garimpo ilegal levou à redução de 91% nas áreas já impactadas e 95,76% nas novas áreas de exploração.

Em adição a esses avanços, a qualidade ambiental foi aprimorada, especialmente na recuperação dos rios e na redução da contaminação por mercúrio.

De acordo com a ministra Sônia Guajajara, os resultados refletem o esforço coletivo para garantir um futuro mais sustentável e digno para as comunidades indígenas.

Ela destacou que, embora grandes avanços tenham sido alcançados, a continuidade das ações é crucial para consolidar os direitos e a proteção dos povos Yanomami. A desintrusão continua sendo uma prioridade central para o Governo, além de medidas para assegurar a saúde e a segurança alimentar dos indígenas.

Essas ações são parte de um plano de longo prazo que visa a recuperação completa do território Yanomami e a erradicação do garimpo ilegal, com foco na saúde, meio ambiente e direitos humanos.

Plano integrado do Governo Federal para a Terra Yanomami abrange cinco eixos:

Eixo 1: Desintrusão e Combate ao Garimpo Ilegal
O Governo Federal intensificou a operação contra o garimpo ilegal, com foco em duas frentes: dentro da Terra Yanomami e fora, bloqueando apoio logístico como pistas de pouso e aeronaves. A presença das forças de segurança foi reforçada, com novas instalações como o Destacamento Especial de Fronteira, ampliando a vigilância e operações no território.

Eixo 2: Vigilância e Assistência em Saúde
A infraestrutura de saúde foi ampliada com a reabertura de polos de saúde e a construção de novas unidades, oferecendo cobertura a mais de 5 mil indígenas. Além disso, aumentou a presença de profissionais de saúde e a assistência em áreas críticas, como nutrição e controle da malária, resultando em significativa redução de óbitos e melhorias no acesso ao tratamento.

Eixo 3: Segurança Alimentar e Assistência Social
O combate à insegurança alimentar envolveu a distribuição de cestas básicas e o fortalecimento da produção local com a entrega de ferramentas agrícolas e de pesca. Também foram estabelecidos centros de recuperação nutricional e estratégias de suplementação alimentar para combater a desnutrição infantil, promovendo a recuperação da autonomia alimentar dos Yanomami.

Eixo 4: Monitoramento e Recuperação Ambiental
Foram intensificadas as ações de monitoramento ambiental, com mais de 400 operações no terreno. O projeto “Rede de Monitoramento Ambiental” analisa a presença de mercúrio nos rios e peixes, e há sinais de regeneração natural em áreas previamente afetadas. Essas ações visam mitigar os impactos do garimpo ilegal e recuperar o equilíbrio ecológico da Terra Yanomami.

Eixo 5: Acesso à Cidadania e Desenvolvimento Social
O Governo Federal fortaleceu políticas de educação e assistência social, com programas de educação indígena, incluindo a construção de espaços para saberes tradicionais. Também foram iniciados projetos de capacitação rural e ambiental para jovens, promovendo a autonomia e dignidade dos povos Yanomami e fortalecendo suas condições de vida e cidadania.

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