Brasil registrou alta de 79% em áreas queimadas em 2024

queimadas

O Brasil enfrentou em 2024 um aumento alarmante de 79% nas áreas queimadas em comparação com o ano anterior, conforme dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, divulgados nesta quarta-feira (22). Ao todo, o fogo devastou 30,8 milhões de hectares, uma extensão maior que o território da Itália e a maior registrada desde 2019.

Segundo especialistas, o fenômeno climático El Niño foi um dos principais fatores que agravaram a seca no Brasil, contribuindo para a propagação das queimadas. No entanto, o papel da ação humana continua sendo crucial na escalada do problema.

“A destruição gerada por essas queimadas ressalta a necessidade urgente de estratégias coordenadas para mitigar os efeitos de uma crise ambiental agravada pelas condições climáticas extremas, mas fundamentalmente impulsionada por atividades humanas”, alerta Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.

Estados mais afetados pelas queimadas

Os estados mais impactados em 2024 foram:

  • Pará: 7,3 milhões de hectares queimados.
  • Mato Grosso: 6,8 milhões de hectares.
  • Tocantins: 2,7 milhões de hectares.

Somente em dezembro, 1,1 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo, o equivalente a uma área um pouco menor que o território do Líbano.

Biomas mais atingidos

Amazônia

O bioma Amazônia foi o mais prejudicado, com 17,9 milhões de hectares queimados, representando 58% da área total afetada no país.

  • Formações florestais: 6,8 milhões de hectares.
  • Pastagens: 5,8 milhões de hectares.

“O fogo na Amazônia é inteiramente resultado da ação humana. Sua presença agrava ainda mais a vulnerabilidade dessas áreas a futuros incêndios, rompendo o equilíbrio ecológico do bioma”, explica Felipe Martenexen, pesquisador do MapBiomas.

Em dezembro, a Amazônia concentrou 88% das queimadas no Brasil, com 964 mil hectares afetados, dos quais 361 mil eram florestais.

Cerrado

O Cerrado teve 9,7 milhões de hectares queimados em 2024, marcando um aumento de 91% em relação a 2023. Cerca de 85% da área atingida era de vegetação nativa.

“Embora o Cerrado tenha uma relação histórica com o fogo natural, o aumento significativo das queimadas está diretamente ligado às atividades humanas e ao impacto das mudanças climáticas”, destaca Vera Arruda, também pesquisadora do MapBiomas.

Outros Biomas

  • Pantanal: 1,9 milhão de hectares queimados.
  • Mata Atlântica: 1 milhão de hectares.
  • Caatinga: 330 mil hectares.
  • Pampa: Apenas 3,4 mil hectares – o menor número desde o início do monitoramento em 2019, devido às chuvas intensas no sul do país, influenciadas pelo El Niño.

*Com informações da Agência Brasil e do MapBiomas.

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