Vídeo: Empresa revendeu carne podre submersa em enchente de Porto Alegre

Um escândalo de saúde pública envolvendo a empresa Tem Di Tudo Salvados, localizada em Três Rios, no Sul Fluminense. Quatro pessoas foram presas em flagrante, incluindo um dos proprietários, Almir Jorge Luís da Silva. A empresa é acusada de maquiar e revender 800 toneladas de carne deteriorada, que havia sido submersa durante as históricas enchentes que atingiram Porto Alegre em maio de 2024.

O esquema criminoso

De acordo com a Delegacia do Consumidor (Decon-RJ), a Tem Di Tudo Salvados adquiriu as toneladas de carne de um frigorífico de Porto Alegre sob a justificativa de que o material seria reaproveitado para a produção de ração animal. Entretanto, as investigações apuraram que as carnes bovina, suína e de aves, severamente contaminadas pela lama e água da enchente, foram maquiadas para disfarçar a deterioração e vendidas para mercados e açougues em várias regiões do Brasil.

“Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas lá no frigorífico da capital gaúcha”, explicou o delegado Wellington Vieira, responsável pelo caso. Segundo ele, 32 carretas transportaram o produto para diferentes estados, envolvendo outros compradores que desconheciam a procedência do material.

Risco à saúde

O delegado Vieira também destacou o perigo enfrentado pelos consumidores que adquiriram esses produtos. “Todas as pessoas que consumiram essa carne correram risco de vida. Quando uma mercadoria fica debaixo d’água, adquire circunstâncias e condições que trazem risco iminente à saúde”, afirmou. Entre os problemas identificados, estavam carnes embaladas a vácuo que ainda apresentavam numeração de lotes da carga de Porto Alegre, carnes penduradas sem a temperatura adequada e alimentos congelados armazenados de forma precária.

Operação e prisões

A Decon cumpriu oito mandados de busca e apreensão na sede da Tem Di Tudo Salvados e em endereços relacionados aos sócios. Durante as buscas, foram encontrados mais produtos impróprios para consumo, o que levou à prisão dos envolvidos por vender ou armazenar mercadorias inadequadas para consumo humano.

O esquema lucrativo ficou evidente nas notas fiscais apuradas pela polícia. Embora a carga original de carne boa tivesse o valor estimado em R$ 5 milhões, a Tem Di Tudo Salvados adquiriu as 800 toneladas deterioradas por apenas R$ 80 mil. Isso representa um lucro de 1.000% na venda dos produtos.

Origem da investigação

O início da investigação se deu por uma coincidência. Uma das empresas que compraram a carne maquiada era o próprio frigorífico que havia vendido a carga para a Tem Di Tudo. Ao identificar os lotes pela etiqueta da embalagem, o frigorífico acionou as autoridades.

“Estamos agora buscando identificar outras empresas que adquiriram a carne sem saber da sua condição imprópria para o consumo”, informou Vieira.

Os envolvidos podem ser indiciados por associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, crimes que podem ter repercussão em todo o território nacional.

Do Ver-o-Fato, com informações do G1

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