Castração química: especialista explica medida e os debates que a cercam; entenda

No Brasil, a cada oito minutos, uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual, conforme o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil.

Em meio a esse cenário, a castração química voluntária surge como uma solução polêmica que divide opiniões.

Recentemente, o governo federal sinalizou que deve vetar a proposta para pedófilos, caso seja aprovada pelo Senado Federal.

O que é a castração química?

A castração química, embora vista como uma alternativa para combater crimes sexuais, não é um procedimento novo na medicina.

De acordo com o urologista Dr. Flávio Antunes, a técnica consiste na inibição da ação da testosterona, hormônio masculino responsável pela libido.

Médico urologista – Foto: Reprodução/Instagram

“A castração química é realizada por meio de medicamentos que podem ser injetados ou ingeridos. Ao bloquear a testosterona, o desejo sexual diminui consideravelmente, dificultando a ação do indivíduo”, explicou o médico em entrevista à TV Norte.

Em alguns casos, a castração química é utilizada para o tratamento de câncer de próstata avançado, mas sua aplicação como medida punitiva gerou controvérsias, especialmente no contexto de crimes sexuais.

Especialista explica polêmica da castração química

A proposta de usar a castração química voluntária como forma de prevenção a crimes sexuais levanta dúvidas.

Castração química especialista
A polêmica da castração química – Foto: iStock / Jairo Bouer

Para críticos, a medida não resolveria o problema, já que o desejo pelo crime poderia estar relacionado a fatores psicológicos, não exclusivamente biológicos.

“É verdade que alguns indivíduos têm transtornos psiquiátricos que podem influenciar seu comportamento. No entanto, essas doenças exigem uma abordagem terapêutica diferenciada, que deve ser tratada de maneira especializada”, afirmou Dr. Antunes.

Efeitos colaterais da castração química

O urologista também comentou sobre os possíveis efeitos colaterais da castração química.

“Dependendo do tempo de uso, pode haver dificuldades para reverter o bloqueio hormonal. Quando o tratamento é realizado por um longo período, o processo de recuperação pode ser mais difícil. Porém, em casos mais curtos, a reversão tende a ser mais fácil”, explicou.

Além disso, o bloqueio prolongado da testosterona pode levar a efeitos como indisposição e falta de vitalidade.

“A testosterona é um hormônio diretamente relacionado à vitalidade, e ao bloqueá-la por muito tempo, o paciente pode sentir uma diminuição da energia”, ressaltou o médico.

Desafios e perspectivas

A discussão sobre a castração química voluntária no Brasil envolve questões éticas, médicas e sociais.

Enquanto alguns acreditam que a medida pode ser eficaz no controle do desejo sexual criminoso, outros questionam sua real eficácia no combate à violência sexual, sugerindo que a raiz do problema está em questões psicológicas e comportamentais.

A polêmica segue em aberto, e enquanto o debate se intensifica, especialistas alertam para a necessidade de abordagens mais amplas e integradas no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no país.

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