Dólar abre em baixa na véspera das decisões de juros no Brasil e EUA


No dia anterior, a moeda fechou em queda de 0,10%, cotada a R$ 5,9122, com mercado de olho nas políticas tarifárias de Trump e na expectativa por novas decisões de juros no Brasil e nos EUA. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou com alta de 1,97%, aos 124.862 pontos.
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar abriu em leve baixa nesta terça-feira (28), com o mercado em um dia mais tranquilo, na véspera da “Super Quarta”, como são chamadas as quartas-feiras em que ocorrem, simultaneamente, reuniões nos comitês de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) deve elevar a Selic, taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, levando-a ao patamar de 13,25% ao ano. O mercado espera essa e novas altas nos próximos meses por conta da aceleração da inflação no país.
Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros inalteradas, deixando-as no patamar entre 4,25% e 4,50% ao ano. A expectativa dos investidores é que o Fed aguarde novos sinais da economia e os próximos passos do presidente Donald Trump para tomar decisões que voltem a mexer com as taxas.
Tanto no Brasil quanto nos EUA, o mercado aguarda, também, o comunicado dos bancos centrais após a conclusão das reuniões. Os documentos podem apresentar uma perspectiva sobre quais devem ser os próximos passos das instituições na condução dos juros.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h01, o dólar caía 0,10%, cotado a R$ 5,9062. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,10%, cotada a R$ 5,9122.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,10% na semana;
recuo de 4,33% no mês e no ano.

a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 1,97%, aos 124.862 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,84% na semana;
ganho de 3,67% no mês e no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Investidores seguem na expectativa por novos anúncios de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Ambas as decisões estão previstas para quarta-feira (29) e podem mexer com os mercados.
Por aqui, a expectativa dos economistas é que o Copom faça um aumento de 1 ponto percentual na Selic, que pode chegar ao patamar de 13,25% ao ano. O colegiado também já havia sinalizado uma nova alta da taxa básica em março, o que levaria os juros a 14,25% ao ano.
Com isso, há, também, grande expectativa pelo comunicado do comitê após a reunião. O documento costuma trazer sinalizações sobre quais serão os próximos passos do BC em relação aos juros e o que está no radar dos dirigentes.
Juros maiores no país elevam a rentabilidade dos títulos públicos e tendem a atrair mais investidores, o que pode gerar mais entrada de dólar no Brasil e reduzir a pressão sobre o real.
O Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país, mostram que o mercado prevê a taxa Selic a 15% ao ano até o fim de 2025.
Os juros altos são esperados porque o Brasil vive um período de alta na inflação, com o mercado esperando maior pressão sobre os preços neste ano. Na edição desta semana do Boletim Focus, as projeções para a inflação saltaram de 5,08% para 5,50%. A meta de inflação para 2025 é de 3,0% e será considerada cumprida se permanecer em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Já nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha suas taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano, à espera de novos indicadores econômicos que mostrem como anda a economia do país.
A chegada de Donald Trump ao poder pode gerar uma maior pressão inflacionária, caso o presidente cumpra suas promessas de aumentar as tarifas de produtos importados. Isso aumentaria os preços para os consumidores americanos e pressionaria o Fed por uma política monetária mais firme, com juros altos para conter o avanço dos preços.
A semana também tem a divulgação de novos dados de emprego no Brasil e nos EUA, números da atividade econômica nos EUA e na Europa e decisão sobre juros na zona do euro.

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