EXCLUSIVO – Governo Helder afunda em protestos, greve e caos orçamentário

A gestão do governador Helder Barbalho (MDB) enfrenta uma de suas piores crises, ameaçada por forte pressão que vem de dentro do próprio governo estadual. Servidores de diversas categorias se mobilizam em várias frentes, criando um cenário de instabilidade que pode paralisar a administração. O desgaste do governo é evidente, especialmente diante da ocupação, há 16 dias, do prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) por 400 indígenas e da greve dos professores.

O quadro indica um rápido agravamento das insatisfações até então contidas, expondo promessas não cumpridas e falhas na gestão estadual, especialmente no que diz respeito à questão salarial dos servidores e plano de carreira. A crise na educação estadual parece se alastrar para outros setores, atingindo saúde, segurança e meio ambiente.

A estrutura midiática do governo, que historicamente atuou para neutralizar insatisfações e protestos, desta vez não conseguiu conter a onda de manifestações. O poderio da Secretaria de Comunicação do Estado, aliado ao império midiático da família Barbalho, não têm sido eficientes para reverter a narrativa desfavorável e enfrentar as pressões vindas de indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais.

Esse horizonte de turbulências sobre Helder deve se intensificar com a iminente divulgação do Orçamento 2025 e das Despesas dos Exercícios Anteriores (DEA), cujo saldo remanescente de 2024 pode atingir R$ 6 bilhões, algo inédito no estado.

A revelação da real situação orçamentária poderá desencadear novas crises e desgastes políticos, uma vez que a população paraense terá acesso a informações que o governador e sua vice, Hana Ghassan Tuma, prefeririam manter fora do debate público.

Por sua vez, a vice-governadora, que acumula o comando da Secretaria de Planejamento e Administração (Seplad), terá a difícil tarefa de administrar as contas e, inevitavelmente, negar reajustes e benefícios aos cerca de 150 mil servidores, incluindo os da ativa, aposentados e pensionistas. Esse cenário coloca Hana Ghassan em uma posição desconfortável, especialmente considerando sua pré-candidatura à sucessão de Helder Barbalho.

Fragilidades, desgaste e COP 30

Nos bastidores, o núcleo do governo já manifesta preocupação crescente. Secretários estaduais percebem a fragilização da gestão e o desgaste político do governador, que começa a transbordar as fronteiras do Pará e ganhar repercussão nacional e internacional. A realização da COP 30 em Belém, antes vista como trunfo político de Helder, agora se desenha em um quadro de temor de revés.

O sinal mais alarmante veio com o cancelamento da 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças Climáticas – “Reflorestando Mentes” –, um evento preparatório para a COP 30 que ocorreria entre os dias 17 e 21 de março próximo. O cancelamento já estaria relacionado ao desgaste do governador e aos conflitos abertos com indígenas e professores.

Observadores políticos apontam que a aposta de Helder na COP 30 pode se transformar em um grande erro estratégico. Os problemas acumulados, além da incapacidade evidente de solucionar os embates internos e externos, podem minar o legado político e comprometer os planos de continuidade de sua gestão no governo paraense.

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