Tecnologia criada no RN auxilia no diagnóstico precoce da Esclerose Lateral Amiotrófica


Dispositivo desenvolvido por potiguares usa sensores e eletrodos para monitorar a progressão da doença. Dispositivo usa sensores e eletrodos para monitorar a progressão da ELA
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Uma tecnologia desenvolvida por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pode auxiliar no diagnóstico precoce da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
O projeto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Santos Dumont e com o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN. O aparelho utiliza sensores e eletrodos para monitorar a progressão da doença e pode ajudar na reabilitação física dos pacientes.
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A fisioterapeuta Ana Paula Mendonça Fernandes, mestranda na UFRN, é uma das pesquisadoras envolvidas no desenvolvimento do equipamento. O projeto é fruto de sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia.
Segundo ela, o dispositivo mede a velocidade e a contração muscular, dados fundamentais para que os médicos possam fechar o diagnóstico da ELA.
O projeto é fruto da dissertação de mestrado de Ana Paula
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
“A gente consegue identificar dados neuromusculares, os dados são transmitidos para o computador e com isso temos alguns algoritmos que fazem identificação de características, então a gente consegue identificar um biomarcador da doença e diferenciar uma pessoa com ELA e uma pessoa saudável, identificar o nível de fadiga muscular e fazer o monitoramento dessa doença”, explicou.
Ainda em fase de protótipo, o dispositivo pode reduzir o tempo entre o surgimento dos sintomas e a confirmação da doença. A expectativa dos pesquisadores é que, no futuro, a tecnologia possa ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“É uma doença que precisa ser vistas para que o paciente possa ser visto. Então o que fazemos é oferecer um sistema, no qual o profissional de saúde consegue identificar esse paciente de uma forma mais rápida e o tratamento seja feito de forma mais humana”, disse Ana Paula.
José Fernandes de Amorim, servidor público estadual de 57 anos, convive com a ELA, a doença degenerativa afetou os movimentos das pernas e, parcialmente, dos braços.
José Fernandes de Amorim convive com a ELA
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
“É uma doença progressiva, ela vai evoluindo com o tempo, embora seja uma doença personalizada, cada paciente é único. Hoje os meus membros inferiores são os que estão mais comprometidos”, relata José.
José conta que sentiu os primeiros sintomas em dezembro de 2019, durante uma caminhada próxima à sua casa. Ele perdeu a força no pé direito. O diagnóstico foi concluído apenas em outubro de 2021, após consultas com especialistas em angiologia, ortopedia e neurologia.
O avanço da pesquisa representa uma possibilidade para pacientes que convivem com a ELA, como José que destaca a esperança de que a ciência desenvolva novas soluções para oferecer mais qualidade de vida a quem enfrenta a doença.
“O mais importante é que ela consegue por sinais biológicos do paciente, identificar o ritmo de evolução do paciente. Uma coisa realmente extraordinária, nós esperamos que a ciência ainda possa fechar esse quebra-cabeça da ELA, que é muito complexo”, concluiu.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, responsáveis pelo controle dos músculos voluntários.
Com o avanço da doença, os pacientes perdem gradualmente a capacidade de se mover, falar e, em estágios avançados, respirar de forma independente.
O diagnóstico da ELA pode ser demorado, pois os sintomas iniciais variam entre os pacientes.
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