PT culpa direção anterior do BC por alta da Selic, poupa Galípolo e gera ironia na oposição


Presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, soltou uma nota que pode ser classificada de risível ao dizer que a decisão desta quarta-feira (29) do Comitê de Política Monetária (Copom), que subiu a taxa Selic em um ponto percentual, já estava tomada na direção anterior do Banco Central.
Uma tentativa de manter como culpado o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, sendo que Gabriel Galípolo foi um dos artífices da estratégia de anunciar dois aumentos de um ponto percentual nas duas primeiras reuniões do Copom neste ano.
Copom decide por unanimidade aumentar a taxa básica para 12,25% a.a.
A petista criticou, como sempre, a decisão do Banco Central, mas poupou Gabriel Galípolo, ao dizer que não resta muita alternativa ao novo presidente do BC neste momento. Líderes da oposição ligados a Bolsonaro classificaram a nota de risível e totalmente descabida.
O presidente do PP, Ciro Nogueira, reagiu com ironia perguntando se o aumento decidido nesta quarta é o “juro do bem”, o juro a “favor do povo”, indagando ainda se os juros do presidente do BC do PT são contra os banqueiros. “Ah, os juros de esquerda são bons pro trabalhador”? Finalizou dizendo que o Brasil está derretendo.
Até esta quarta a noite, o Palácio do Planalto nem o Ministério da Fazenda tinham se pronunciado sobre a decisão do Copom.
Quando Campos Neto era o presidente do banco, Lula sempre disparou torpedos na direção do então comandante do Banco Central, dizendo que ele agia politicamente. Agora, o cenário é totalmente diferente. Dos nove diretores do BC, sete foram indicados por Lula.
A oposição destacou nesta quarta que agora ficou mais difícil o governo tentar jogar a culpa pelos seus erros para o Banco Central.
Ciro Nogueira tem dito que o governo Lula não faz o dever de casa na área fiscal, contribuindo para a alta da inflação, e ficava procurando um bode expiatório no BC. Só que agora o BC é dele, afirmam os oposicionistas.
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