Crise dos deportados: Lula espera ‘respeito’ e ‘reciprocidade’ em relação com Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (30), que espera uma relação de respeito com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Caso o presidente dos EUA concretize as declarações recentes de impor tarifas de exportação contra produtos de países como o Brasil, Lula afirmou que a postura do governo brasileiro será recíproca.

“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos americanos. É simples, não tem nenhuma dificuldade”, afirmou.

A declaração foi feita durante entrevista a jornalistas, no Palácio do Planalto.

O presidente ainda destacou que deseja melhorar a relação com os Estados Unidos e ampliar as relações comerciais de importação e exportação.

“Eu já governei o Brasil com presidente republicano, já governei com presidente democrata. E a minha relação é sempre a mesma, a relação é de um Estado soberano com outro Estado soberano. O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu fui eleito para governar o Brasil”, comentou.

Por fim, Lula criticou a decisão do presidente dos EUA de retirar aportes financeiros à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a saída do Acordo de Paris.

“Regressão à civilização humana”, definiu o presidente brasileiro.

Questionado sobre um possível conversa com Trump nos próximos dias, Lula afirmou que não há interesse de um contato direto em nenhuma das partes.

A última comunicação entre os dois líderes mundiais foi por meio de uma carta em que Lula parabenizou Donald Trump pela vitória nas eleições.

Crise migração

A relação entre o Brasil e os Estados Unidos foi tensionada após denúncias de maus-tratos de imigrantes deportados dos Estados Unidos.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) anunciou a criação de um grupo de trabalho (GT) com a embaixada dos Estados Unidos para receber informações sobre os brasileiros deportados, além das operacionalizações dos voos que envolvem a deportação.

Um grupo de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcou em Manaus, algemados e com os pés acorrentados.

O Itamaraty pediu explicações ao governo norte-americano sobre o “tratamento degradante” dado aos brasileiros deportados.

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