Duelo da Fronteira: Associação denuncia tentativa de extorsão por registro indevido dos bois

Advogados são denunciados por registro indevido dos bois e o próprio nome do Festival Duelo da Fronteira - Foto: Divulgação GOV-RO

A Associação Cultural Waraji, responsável pela organização do Festival Duelo da Fronteira, emitiu uma nota pública nesta semana denunciando o registro indevido das marcas relacionadas ao evento e às agremiações Boi Malhadinho e Boi Flor do Campo.

Segundo a entidade, o ato coloca em risco um dos patrimônios culturais mais importantes de Guajará-Mirim e do estado de Rondônia.

Registro indevido dos nomes dos bois e do festival

De acordo com a Associação Waraji, as marcas “Duelo da Fronteira”, “Boi Malhadinho” e “Boi Flor do Campo” tem registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pelos advogados Moisés Legal dos Santos e Jeová Gomes dos Santos, respectivamente em fevereiro e maio de 2023.

A entidade afirma que o registro foi realizado sem o consentimento das agremiações, que são as verdadeiras criadoras e mantenedoras dessas tradições.

O Festival Duelo da Fronteira tem reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial de Guajará-Mirim desde 2015 e do estado de Rondônia desde 2023.

A Associação Waraji assumiu a organização do evento com o compromisso de profissionalizar e proteger o festival.

Assim, isso inclui o registro oficial das marcas e domínios de internet, além de fortalecer a presença nas redes sociais.

Confira a nota:

Disputa judicial pela propriedade das marcas

A situação veio à tona em abril de 2024, quando a Associação Waraji, durante o processo de regularização das marcas, descobriu que os nomes já haviam sido registrados por Moisés Legal dos Santos.

Desde então, as agremiações Boi Malhadinho e Boi Flor do Campo, junto com a Waraji, iniciaram um processo jurídico para anular os registros considerados indevidos.

Apesar das tentativas de resolver a questão de forma administrativa, Moisés Legal dos Santos apresentou oposição ao pedido de anulação junto ao INPI, alegando a propriedade das marcas.

Em uma visita à Secretaria de Cultura de Guajará-Mirim, ele informou que o uso das marcas pelo festival e pelas agremiações só seria possível mediante pagamento.

Reação das agremiações

A coordenadora geral do Boi Flor do Campo, Rosa Solani, repudiou a ação e destacou o histórico das agremiações no Duelo da Fronteira.

“O Flor do Campo tem 43 anos; o Malhadinho, 39 anos; e o Festival Duelo da Fronteira existe há 30 anos. É um absurdo uma pessoa chegar agora dizendo que essas marcas pertencem a ele”, afirmou Rosa.

Camila Miranda, presidente do Boi Malhadinho, reforçou o compromisso das agremiações em defender a tradição local.

“Estamos enfrentando dificuldades financeiras para custear os trâmites legais, mas não vamos desistir. Esse festival é parte da nossa história e da identidade cultural de Guajará-Mirim”, disse

The post Duelo da Fronteira: Associação denuncia tentativa de extorsão por registro indevido dos bois appeared first on Portal Norte.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.