VÍDEOS – Indígenas mantém ocupação da Seduc; professores continuam greve e Helder recebe apoiadores

O movimento indígena que ocupa o prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) desde o dia 14 de janeiro completou 21 dias de resistência, sem qualquer acordo firmado com o governo do Pará. As lideranças reforçam que seguem mobilizados contra a Lei 10.820 e pela exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (3), os indígenas criticaram a postura do governador Helder Barbalho, “que se reuniu, na tarde de hoje, com lideranças indígenas alinhadas ao governo estadual, algumas delas ocupantes de cargos comissionados. O grupo, segundo os manifestantes, não representa o movimento de ocupação e não tem legitimidade para negociar a pauta de reivindicações”.

As lideranças que permanecem na Seduc também questionam o tratamento desigual dado pelo governo aos diferentes grupos indígenas. Eles recordam que a reunião da semana passada, articulada pelo Ministério dos Povos Indígenas, ocorreu sob forte aparato policial, com agentes intimidando os participantes e até impedindo o uso de celulares durante o encontro. Já a reunião de hoje, com indígenas alinhados ao governo, aconteceu sem qualquer restrição ao uso de imagens, sem bloqueio de vias e sem a presença ostensiva da polícia, o que, para os manifestantes, revela uma tentativa de transformar o encontro em propaganda política.

Para garantir a transparência das informações, a Defensoria Pública da União (DPU) ingressou com uma ação civil pública, exigindo que o governo do Estado seja impedido de divulgar informações falsas sobre as negociações com o movimento indígena.

Por fim, os manifestantes reforçaram o convite para que o governador Helder Barbalho vá até o local da ocupação e dialogue diretamente com as lideranças que seguem mobilizadas na Seduc. O grupo reafirma sua luta pela revogação da Lei 10.820 e pela saída do secretário Rossieli Soares, defendendo o direito à educação pública e a valorização dos povos indígenas e comunidades tradicionais.

Reunião e dança

Por outro lado, a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) realizou manifestação em Belém para “celebrar avanços históricos e defender a garantia de criação de uma lei estadual específica que assegure uma educação diferenciada, bilíngue e intercultural para os povos indígenas do Pará”. Eles foram ao Palácio e, recebidos por Helder Barbalho, pintaram o rosto dele e dançaram, manifestando apoio na causa educacional.

“Esta é uma causa histórica dos povos indígenas do Pará. Nossa luta pela educação diferenciada, bilíngue e intercultural não começou agora, e é fundamental que sigamos firmes para garantir que essa política reflita nossos valores e respeite nossa diversidade. Não podemos aceitar decisões impostas sem nossa participação”, afirma Concita Sompré, co-fundadora da Fepipa, segundo nota distribuída pela assessoria do movimento.

Na semana passada, o governo estadual instituiu, por meio do Decreto Estadual Nº 4.430/2025, um Grupo de Trabalho (GT) para elaborar essa política educacional específica, atendendo a uma reivindicação histórica dos povos indígenas.

Para a Fepipa, a criação do Grupo de Trabalho j”á representa uma oportunidade concreta de avançar na construção de uma lei específica para a educação escolar indígena, independentemente da revogação da Lei 10.820/24. Sete das oito etnoregionais que compõem a Federação manifestaram apoio à continuidade das negociações com o governo estadual”.

“Reafirmamos nosso apoio à pauta defendida pelo movimento de ocupação da Secretaria de Educação (Seduc), liderado por nossos parentes que também integram a Fepipa. No entanto, acreditamos que agora é o momento de concentrar esforços na construção conjunta da Política de Educação Escolar Indígena. Esse é um avanço importante que já foi garantido pelas negociações em curso, e precisamos canalizar nossa energia para consolidar essa conquista.”, reforça Ronaldo Amanaye, co-fundador da entidade.

Professores mantém greve

Enquanto isso, os trabalhadores da educação no estado decidiram manter a greve, recusando a proposta do governo. Eles votaram pela revogação da lei 10.820 e pela exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares. Na manhã desta terça-feira, às 9h, haverá manifestação na Assembleia Legislativa (Alepa).

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