Copom: inflação e preço dos alimentos devem se manter altos pelos próximos meses

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou, nesta terça-feira (4), que o cenário de inflação segue “adverso”, principalmente a curto prazo.

Com isso, a inflação deve ficar acima da meta pelos próximos 6 meses, o que impacta o preço dos alimentos.

Para o colegiado do Banco Central, esse aumento “tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.

Segundo a Copom, a alta dos alimentos foi motivada por fatores como a estiagem do ano passado e a elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi.

“Com relação aos bens industrializados, o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses. Por fim, a inflação de serviços, que tem maior inércia, segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta em contexto de atividade dinâmica e acelerou nas observações mais recentes”, diz trecho da ata.

Serviços e mercado de trabalho

Ainda segundo o Copom, a inflação de serviços segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta, de acordo com as observações mais recentes.

A ata destaca que, ao longo dos últimos trimestres, a atividade econômica manteve o dinamismo, em particular, no ritmo de crescimento do consumo das famílias.

Outro ponto destacado é que o mercado de trabalho também se mostrou aquecido, juntamente com o mercado de crédito.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou a menor taxa média de desemprego desde de 2012, início da série histórica.

A taxa de desocupação no ano de 2024 foi de 6,6%.

Atividade econômica

Esse quadro, no entanto, vai na direção oposta do observado para os próximos meses com a desaceleração da atividade econômica.

“Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos 6 meses consecutivos. Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, explicou o Copom.

O Copom adiantou que vai seguir acompanhando o movimento da atividade econômica.

Influência externa

Em relação ao cenário externo, o Copom aponta ainda que o cenário também permanece desafiador, em função, principalmente, da política econômica nos Estados Unidos.

O comitê chama a atenção para algumas incertezas na política econômica, tais como:

  • a introdução de tarifas à importação;
  • adoção de possíveis estímulos fiscais;
  • restrições na oferta de trabalho;
  • alterações importantes em preços relativos decorrentes de reorientações da matriz energética.

“O comitê acompanhou com atenção os movimentos do câmbio, que tem reagido, notadamente, às notícias fiscais domésticas, às notícias da política econômica norte-americana e ao diferencial de juros. A consecução de determinadas políticas nos Estados Unidos pode pressionar os preços de ativos domésticos”, conclui na ata.

*Com informações da Agência Brasil

The post Copom: inflação e preço dos alimentos devem se manter altos pelos próximos meses appeared first on Portal Norte.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.