Neurocisticercose: conheça a doença transmitida pelo “bicho do porco”

A neurocisticercose, popularmente conhecida como a doença transmitida pelo “bicho do porco”, é uma enfermidade grave que afeta o sistema nervoso central. Provocada pelo verme Taenia solium, esse parasita tem um ciclo de vida complexo, que envolve o porco como hospedeiro intermediário e o ser humano como hospedeiro definitivo.

Apesar de ser associada a áreas de baixa higiene e saneamento básico precário, a doença é uma preocupação global, especialmente em regiões onde o consumo de carne de porco é comum.

A infecção ocorre quando os ovos do parasita são ingeridos acidentalmente, seja por contato direto com fezes contaminadas ou consumo de alimentos e água contaminados. Após a ingestão, os ovos se transformam em larvas, que migram para diferentes tecidos do corpo humano, incluindo o cérebro.

Essa condição pode desencadear sintomas neurológicos graves, como convulsões, dores de cabeça persistentes e até mesmo confusão mental. Felizmente, a neurocisticercose pode ser prevenida com cuidados simples, como o preparo adequado da carne e práticas básicas de higiene.

Neurocisticercose: conheça a doença transmitida pelo “bicho do porco”

A Taenia solium, popularmente chamada de “bicho do porco”, é um verme platelminto que parasita o intestino humano e tem o porco como hospedeiro intermediário. Esse parasita passa por um ciclo de vida em que alterna entre fases de ovo, larva e verme adulto.

imagem mostra um close up de uma captura microscópica do bicho do corpo: o parasita Taenia solium
Parasita chamado Taenia solium (Reprodução: CDC – Centers for Disease Control and Prevention)

A transmissão ao porco ocorre quando ele ingere alimentos ou água contaminados com fezes humanas que contêm ovos da Taenia solium. Esses ovos se transformam em larvas, chamadas de cisticercos, que se alojam nos músculos do animal, formando pequenos cistos visíveis na carne suína.

O ciclo de infecção no ser humano ocorre principalmente de duas formas: consumo de carne de porco mal-cozida contendo cisticercos ou ingestão acidental de ovos do parasita presentes em alimentos, água ou superfícies contaminadas.

Uma vez dentro do organismo humano, os cisticercos podem se desenvolver em diferentes órgãos, mas quando o “bicho do porco” atinge o cérebro, causa a neurocisticercose.

Como a Taenia solium vive e se alimenta

No intestino humano, a Taenia solium se desenvolve como verme adulto, medindo de 2 a 7 metros de comprimento. Ela se alimenta absorvendo nutrientes digeridos do hospedeiro por meio de sua superfície corporal. Seus ovos são liberados nas fezes, contaminando o ambiente e dando continuidade ao ciclo de vida.

No caso do porco, os cisticercos alojados na musculatura permanecem inativos até que a carne contaminada seja consumida por um humano. Esse ciclo só é interrompido com a interrupção da cadeia de transmissão.

Sintomas da neurocisticercose em humanos

Os sintomas da neurocisticercose variam de acordo com a localização e o número de cisticercos no cérebro. Entre os mais comuns estão:

Exames de imagem que diagnosticam a presença do parasita
Exames de imagem que diagnosticam a presença do parasita (Reprodução: Massachusetts Medical Society)
  • Convulsões: principal manifestação clínica da doença;
  • Dores de cabeça crônicas: resultantes da inflamação e aumento da pressão intracraniana;
  • Confusão mental: em casos graves, pode levar a alterações no comportamento e dificuldades cognitivas;
  • Náuseas e vômitos: decorrentes do aumento da pressão intracraniana;
  • Problemas de visão: quando os cistos afetam regiões cerebrais relacionadas à visão.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da neurocisticercose inclui exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, esses exames ajudam a identificar os “Bichos do porco” (cisticercos) no cérebro e avaliar o grau de inflamação.

O tratamento depende da gravidade da doença e pode incluir:

  • Medicamentos antiparasitários: para eliminar os cisticercos;
  • Anti-inflamatórios: para controlar a inflamação causada pela destruição das larvas;
  • Anticonvulsivantes: no manejo de convulsões;
  • Intervenção cirúrgica: em casos raros, para remoção de cistos em locais críticos.

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Como prevenir a neurocisticercose?

A prevenção da neurocisticercose é simples e eficaz, desde que algumas práticas sejam seguidas:

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Lavar as mãos é um hábito importante para evitar doenças (Imagem: Maridav/shutterstock)
  • Higiene pessoal: lave bem as mãos com água e sabão antes de manusear alimentos;
  • Consumo seguro de carne: certifique-se de que a carne de porco esteja bem cozida.
  • Saneamento básico: evite a contaminação ambiental com fezes humanas;
  • Tratamento de portadores de tênia: diagnóstico precoce e tratamento de indivíduos infectados ajudam a interromper o ciclo de transmissão.
Neurocisticercose pode matar?

Sim, a neurocisticercose, causado pelo “Bicho do porco”, pode ser fatal em casos graves, especialmente quando causa aumento da pressão intracraniana ou infecções secundárias.

Como saber se estou infectado?

Os sintomas variam, mas convulsões e dores de cabeça persistentes podem ser sinais. Procure um médico para exames detalhados.

Comer carne de porco pode causar neurocisticercose?

Sim, se a carne estiver contaminada com o “bicho do porco” e mal-cozida. Por isso, é de extrema importância cozinhar bem a carne de porco antes de consumi-la.

É possível tratar a neurocisticercose?

Sim, com medicamentos antiparasitários, anti-inflamatórios e, em alguns casos, cirurgia.

A doença é comum?

A neurocisticercose é mais prevalente em áreas com saneamento básico precário e onde o consumo de carne de porco é frequente.

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