Google abandona meta de diversidade após pressão de Trump

Em um e-mail enviado a funcionários, o Google admitiu que não pretende definir novas metas de contratação de grupos historicamente sub-representados, juntando-se a outras big techs que extinguiram programas de diversidade após a posse de Donald Trump. A informação é do jornal The Wall Street Journal. 

A empresa enviou um comunicado na última quarta-feira (5) informando que vai revisar o protocolo DEI (sigla para Diversidade, Equidade e Inclusão) após o presidente assinar uma ordem executiva que proíbe a contratação de funcionários federais com base em metas de representatividade.

“A empresa sempre se comprometeu a criar um local de trabalho onde contratamos as melhores pessoas onde quer que operemos, criamos um ambiente onde todos podem prosperar e tratamos todos de forma justa. É exatamente isso que você pode esperar ver daqui para frente”, diz o e-mail assinado pela Chief People Officer do Google, Fiona Cicconi.

Metas para aumentar representatividade foram incrementadas após morte de George Floyd (Imagem: Google/Reprodução)

O comunicado contraria um compromisso anunciado pelo próprio Google em 2020, quando a empresa estabeleceu um plano de aumentar em 30% a proporção de “representação de liderança de grupos sub-representados” até 2025 após o assassinato de George Floyd.

George Floyd foi um homem negro norte-americano cuja morte em 25 de maio de 2020, após a abordagem policial em Minneapolis, gerou protestos globais contra o racismo e a violência policial. Ele morreu asfixiado após um policial pressionar seu joelho contra seu pescoço vários minutos.

Até o final de 2024, um relatório da empresa informava que 7,5% dos funcionários nos Estados Unidos eram latinos e 5,7%, negros. Quatro anos antes, esses números eram 3,7% e 5,9%, respectivamente, segundo a reportagem.

O Google também pode encerrar a divulgação anual do relatório de diversidade, elaborado desde 2014. Na última versão, divulgada após a posse de Trump, a empresa omitiu a frase que dizia estar “comprometida em tornar a diversidade, a equidade e a inclusão parte de tudo o que fazemos e em desenvolver uma força de trabalho que seja representativa dos usuários que atendemos”.

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Equipe responsável pela 1ª conferência de inclusão na Ásia (Imagem: Google/Reprodução)

Trump pressiona, big techs cedem

No mês passado, a Meta também eliminou seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), como relatado pelo Olhar Digital. Segundo a empresa, o movimento é motivado pelo “cenário legal e político em torno dos esforços de diversidade” nos EUA.

Já a Microsoft alterou a política de diversidade ainda em 2024 alegando “mudanças nas necessidades de negócios”. Enquanto a Amazon chegou a retirar do site a frase “diversidade, equidade e inclusão são boas para os negócios”.

Por enquanto, a Apple foi a única grande companhia a resistir às mudanças da nova gestão da Casa Branca. Em um comunicado divulgado aos acionistas, a empresa liderada por Tim Cook recomendou que o programa de diversidade não seja excluído na assembleia anual realizada virtualmente no dia 25 de fevereiro.

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