Entenda como Brasil se posiciona diante da possível taxação de 25% sobre aço e alumínio importados aos EUA

Trump coloca tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, planeja impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA, ampliando suas restrições comerciais para alguns dos principais parceiros do país. 

Trump disse no último domingo (9) que anunciará a medida nesta segunda-feira (10). 

“Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, afirmou Trump a repórteres durante voo presidencial Air Force One.

Donald Trump conversa com jornalistas durante voo. Foto: reprodução Instagram

A decisão deve afetar o Brasil, que, em 2023, exportou US$ 685 milhões para os EUA, de acordo com dados do anuário da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). O número representa 15% do total das exportações do setor.

Em 2024, houve um alcance de US$ 796 milhões, correspondendo a 14% do total das exportações. Os dados apontam que o Brasil fica atrás apenas do Canadá e do México.

Especialista em investimentos, Gabriel Melo explica que existe um certo otimismo em negociar a medida. Conforme relembrou, em 2018 o presidente norte-americano também impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio.

Porém, depois de negociações, concedeu quotas de isenção a vários parceiros comerciais, inclusive o Brasil.

“Embora exista essa preocupação que vai gerar impacto direto tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, existe uma forte aliança tanto dos fornecedores brasileiros, quanto dos consumidores americanos, que fazem lobby para poder impedir ou aliviar o quanto possível essas tarifas para não prejudicar a inflação americana e os custos americanos”, declarou.

Gabriel destaca que o governo brasileiro deve articular as negociações para que as medidas não prejudiquem o desenvolvimento econômico e o emprego local. “É um cenário de tensão, mas os especialistas todos têm apontado que existe espaço para negociação”, destaca.

Críticas controversas

O anúncio acontece após o presidente criticar o Brasil, no final de janeiro, sobre as taxas aplicadas no país. “Taxam demais”, disse. 

Desde que assumiu novo mandato, Trump promove ações que mexem na economia. Em 1º de fevereiro, ele impôs tarifas de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas e de 10% sobre os produtos da China. 

Especialistas apontaram que o Brasil também poderia se prejudicar com essa medida. 

“A briga pode prejudicar preços internos, com produtos que possuem relação com o dólar e isso vai de farinha de trigo até combustível. Isso influencia nas expectativas de todos os agentes econômicos”, explicou o economista Carlos Estevão Castelo. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já explicou que o governo brasileiro só irá se pronunciar sobre as taxações caso as medidas sejam definidas. “O governo brasileiro tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões”, declarou por meio das redes sociais.

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