Comunidades quilombolas de Oriximiná recebem equipamentos para enfrentar períodos de seca


143 famílias serão beneficiadas com a entrega de caixas d’água, mangueiras, bomba d’água e hipoclorito, substância usado para o tratamento da água para consumo humano. O transporte dos equipamentos é realizado por meio fluvial, é uma das poucas vias de acesso às comunidades quilombolas que no período da seca ficam isoladas
Arqmo / Divulgação
Em meio à exuberante beleza da Amazônia, os quilombos de Oriximiná, na região do Baixo Amazonas, enfrentam um desafio implacável: a seca extrema e a grande estiagem do rio Trombetas. Em 2023 e 2024, as mudanças climáticas causaram estiagens severas, afetando o acesso à água e a segurança alimentar de comunidades tradicionais da região.
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Diante deste cenário preocupante, a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (Arqmo) com apoio do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), está se destacando na luta contra os impactos da seca dentro dos territórios Quilombolas de Oriximiná.
A moradia sobre palafitas sinaliza o nível do rio no período das enchentes, na seca, o solo rachado demonstra a vulnerabilidade pela falta d’água
Arqmo / Divulgação
Bombas d’água, caixas d’água, mangueiras e hipoclorito são alguns dos itens adquiridos por meio do Instituto da Criança (ICS) que destinou R$ 243 mil para apoiar as comunidades. O hipoclorito é uma substância utilizada para tornar a água potável, eliminando bactérias e outros microorganismos nocivos à saúde. Segundo Rogério Pereira, coordenador administrativo da Arqmo, aproximadamente 140 famílias quilombolas serão contempladas neste primeiro momento.
A falta de água para consumo humano obriga as famílias a percorrer longas distâncias para buscar água em rios e igarapés, muitas vezes com qualidade inapropriada para consumo humano devido a diversos fatores. Outro impacto direto é o da produção de alimentos, já que a seca dificulta o plantio e a criação de animais.
Dificuldade no transporte escolar resulta na mudança do calendário escolar dentro das comunidades quilombolas
Arqmo / Divulgação
Felipe Pires, coordenador do Programa Floresta de Valor, ressaltou que a iniciativa surge a partir da necessidade de enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas, da escassez da água e dos riscos à vida das populações quilombolas de Oriximiná que vivem às margens do rio Trombetas e seus afluentes.
“Nos últimos anos a gente vem observando a falta do acesso a água, ou mesmo eles ficarem muito distantes, com o sistema de bombeamento de água vai ajudar como uma alternativa e existem outras tecnologias que estamos olhando para garantir a produção de alimentos bem como a qualidade de vida e bem-estar dessas famílias nestes territórios”, destacou Felipe Pires.
Com uso de bomba d’água e mangueira, comunitário enche caixa d’agua na Comunidade Espirito Santo Território Erepecuru
Arqmo / Divulgação
O projeto desenvolvido pela Arqmo, com aporte financeiro do Instituto da Criança e parceria do Imaflora e contemplará famílias de 16 comunidades dentro dos territórios de Boa Vista Trombetas, Erepecuru, Área Trombetas, Alto Trombetas 1 e Cachoeira Porteira.
Além da iniciativa junto ao Imaflora, a Arqmo também aguarda a implementação de outros projetos, como o Cisterna, que deverá beneficiar mais de 300 famílias em Oriximiná, uma parceria com o projeto Saúde e Alegria por meio do Governo Federal.
Apoio financeiro
O Programa Florestas de Valor do Imaflora, conta com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desenvolve projetos que disseminam e fortalecem técnicas de produção sustentáveis na Amazônia brasileira.
Fomenta a restauração florestal, estrutura cadeias da sociobiodiversidade e negócios comunitários, contribuindo com a fixação e manutenção de estoques de carbono, bem como com a geração de renda a partir de atividades sustentáveis para manter a floresta em pé e valorizar as populações tradicionais guardiãs do patrimônio socioambiental.
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