A ligação assustadora de soldado de 19 anos encontrada morta na base, dizendo o que superior teria feito a ela

A chamada telefônica assustadora de soldada de 19 anos encontrada morta na base, dizendo o que superior teria feito a ela

Em dezembro de 2021, a morte da soldado Jaysley Beck, de 19 anos, em uma base militar em Wiltshire, no Reino Unido, chocou o Exército Britânico. Meses antes do ocorrido, um telefonema perturbador para uma colega já indicava o desespero da jovem, que alegava sentir medo de seu superior hierárquico. O caso, ainda em investigação, revela acusações de assédio, perseguição e uma cultura de silêncio enfrentada por recrutas de baixa patente.

Jaysley Beck integrava a Royal Artillery, unidade de artilharia do exército, e havia sido designada para um exercício de treinamento em Thorney Island, próximo a Emsworth, no condado de Hampshire, em julho de 2021. Foi durante essa atividade que a soldado teria enfrentado o primeiro incidente grave. Segundo testemunhas, ela fez uma denúncia contra o sargento Michael Webber, acusando-o de avanços sexuais indesejados durante um momento de descontração entre colegas.

A soldado foi encontrada morta em dezembro de 2021 (Foto da família/PA).

A soldado foi encontrada morta em dezembro de 2021 (Foto da família/PA).

Kirsty Davis, amiga e colega de Jaysley, relatou ao tribunal que recebeu uma ligação desesperada da jovem no meio da madrugada. “Ela disse que algo havia acontecido naquela noite. Todos estavam bebendo, e alguém tentou algo com ela”, contou Davis. Na conversa, Jaysley detalhou que Webber tentou beijá-la à força, segurando-a enquanto ela se debatia. “Ele a chamou de incrível e bonita, mas Jaysley odiava elogios e se sentia constrangida”, explicou Kirsty. A soldado, em lágrimas, teria dito que o superior “insistiu mais de uma vez” e que, mesmo após dizer “não”, ele não desistiu.

O desfecho da denúncia foi um pedido de desculpas formal de Webber, acompanhado de uma “punição leve”, segundo documentos do exército. Para Jaysley, porém, a situação só piorou. Meses depois, já de volta à base em Wiltshire, a soldado passou a ser alvo de outro superior: o bombardeiro Ryan Mason, descrito como “psicótico e possessivo”. Relatórios do serviço militar, divulgados em outubro de 2023, apontam que Mason teria invadido o celular da jovem, deixando-a com a sensação de estar “presa” e “insegura” no local de trabalho.

A investigação destacou que, nos meses anteriores à morte de Jaysley, houve “um período intenso de comportamentos indesejados” por parte de Mason. Colegas relataram que a soldado vivia com medo de represálias e acreditava que ninguém acreditaria nela, já que Mason tinha patente superior. “Se você está no exército e tem uma hierarquia mais baixa, ninguém te escuta, especialmente contra um superior”, disse Kirsty Davis em depoimento.

A cabo Kirsty Davis disse ao tribunal que a soldado Jaysley Beck ligou para ela no início da madrugada (Foto da família/PA).

A cabo Kirsty Davis disse ao tribunal que a soldado Jaysley Beck ligou para ela no início da madrugada (Foto da família/PA).

O áudio da ligação feita por Jaysley para Kirsty, horas após o incidente com Webber, foi considerado crucial para a investigação. Nele, é possível ouvir a voz trêmula da soldado, que insistia para que a amiga não desligasse. “Acho que ela temia que ele fosse até o carro onde ela estava”, explicou Davis. A jovem, segundo relatos, passou a evitar contato social e demonstrava ansiedade constante no trabalho.

A morte de Jaysley Beck, ainda envolta em mistério, está sendo analisada pela Justiça britânica. O tribunal ouviu especialistas que afirmam que o assédio sofrido pela soldado foi “quase certamente um fator causal” para o desfecho trágico. Enquanto aguarda-se o veredito final, o caso reacende debates sobre a proteção de recrutas jovens e a pressão hierárquica em instituições militares.

Até o momento, Ryan Mason não foi formalmente acusado, e o exército afirma cooperar integralmente com as investigações. O inquérito continua em andamento.

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