Novo áudio assustador divulgado pela Guarda Costeira dos EUA do momento da implosão do submersível Titan

Há um ano e meio, o mundo acompanhou o desastre envolvendo o submersível Titan, que implodiu durante uma expedição aos destroços do Titanic em 18 de junho de 2023. Mesmo após tanto tempo, novas informações continuam surgindo, revelando detalhes assombrosos sobre os últimos momentos da embarcação.

O Titan carregava cinco pessoas: Stockton Rush, CEO da OceanGate e idealizador da expedição; o empresário britânico Hamish Harding, de 58 anos; Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, mergulhador experiente da marinha francesa; e o jovem Suleman Dawood, de 19 anos, junto de seu pai, Shahzada Dawood, empresário britânico-paquistanês de 48 anos. Todos perderam a vida instantaneamente devido à implosão causada pela pressão extrema do oceano, a cerca de 3.800 metros de profundidade — local onde repousa o Titanic.

Recentemente, a Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou um áudio capturado por um equipamento da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) no dia do acidente. O registro, classificado como uma “assinatura acústica suspeita”, revela um estrondo intenso seguido por um longo ruído. Esse som, agora analisado por especialistas, pode ser a chave para entender os momentos finais do Titan.

Imagens dos destroços foram divulgadas posteriormente (Guarda Costeira dos EUA/Pelagic Research Services)

A pressão em profundidades tão extremas chega a cerca de 400 vezes a pressão atmosférica ao nível do mar. Para resistir a isso, o Titan foi construído com um casco de fibra de carbono, material mais leve que o aço, mas cuja resistência em ambientes tão hostis já havia sido questionada. Karl Stanley, amigo próximo de Stockton Rush, era um dos críticos do projeto. Em 2019, ele embarcou no submersível em um mergulho próximo às Bahamas e relatou ouvir sons semelhantes a “tiros” a cada três ou quatro minutos.

Preocupado, Stanley enviou emails e ligações a Rush, alertando sobre possíveis falhas estruturais. Em uma mensagem de 2019, ele escreveu: “Há uma área do casco que está se deteriorando. Só vai piorar”. Chegou a descrever, de forma gráfica, uma imagem do submersível destruído no fundo do mar. Mesmo assim, Rush não pareceu levar os avisos a sério.

Em entrevista ao programa 60 Minutes Australia, Stanley afirmou que a causa da implosão foi, sem dúvida, a falha do cilindro de fibra de carbono. Ele também fez comentários impactantes sobre as motivações de Rush: “A única pergunta era: ‘Quando?’ Ele arriscava a própria vida e a dos clientes para entrar para a história. Ele literalmente saiu com o maior estrondo possível. Quem foi a última pessoa a ‘assassinar’ dois bilionários de uma vez e ainda fazer com que eles pagassem pelo privilégio?”

O desastre do Titan chocou o mundo não apenas pela tragédia em si, mas por expor os riscos de expedições não regulamentadas em ambientes extremos. A OceanGate, empresa responsável, já enfrentava críticas pela decisão de usar materiais experimentais e por dispensar certificações de segurança tradicionais.

Enquanto investigações técnicas continuam, o áudio recém-divulgado oferece uma perspectiva sombria do que ocorreu naquelas águas geladas. Para especialistas, a sequência de sons — um estalo agudo seguido de um rugido prolongado — coincide com o momento em que o casco cederia à pressão, esmagando o submersível em milésimos de segundo.

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