Opinião: ‘A Acompanhante Perfeita’ e o terror de um relacionamento

Nos últimos anos, a indústria cinematográfica do horror e suspense vem trazendo à tona uma nova vertente de reflexão: nossa própria sociedade.

Quando o medo de sermos atacados por alguma assombração passa a ser o desconforto de olhar para o grupo que estamos inseridos e nos questionarmos em como isso nos agride. Relacionamentos amorosos é um deles.

No filme “A Acompanhante Perfeita”, lançado no Brasil na última quinta-feira (6), começamos a conhecer Íris (Sophie Thatcher); uma mulher de semblante dócil, que usa roupas delicadas e uma personalidade fortemente romântica.

Com seu namorado, Josh (Jack Quaid), ela viaja com outros dois casais para uma casa isolada na natureza. É lá que Íris descobre que esse amor tão humano e genuíno que ela sente por Josh não é recíproco como imaginava.

Sendo um suspense cômico, o filme em si não se preocupa em trazer ao público uma mensagem tão ativista, mas durante as cenas satíricas o público passa a analisar sobre a relação de poder entre os dois personagens.

Isso ocorre, em especial, com o público feminino, seja lembrando de experiências próprias ou de alguma pessoa do convívio que passou por uma situação de relação abusiva.

Jack Quaid interpreta o namorado de Íris, Josh. – Foto: Reprodução/Trailer/Warner Bros.

A grande analogia feita pelo diretor Drew Hancock para o filme é o fato que Íris é um robô, ela “nasceu” cumprindo o dever de amar seu companheiro e zelar ao máximo pelo relacionamento deles.

Supostamente, isso deveria fazer dela “a mulher perfeita” para Josh, mas isso não a impediu de estar em perigo nas mãos dele durante todo o desenvolvimento do filme.

Em nossa própria sociedade, não adianta ensinarmos desde cedo para as mulheres a importância do amor, se do outro lado não fazemos nada para parar o ciclo machista nos homens; que objetificam e usam meios violentos de força física e manipulação para ter o poder dentro de uma relação.

Também podemos enxergar nesse filme o fato que nem a tecnologia mais avançada poderá suprir nossa carência de termos alguém para sentirmos amados, excluindo a necessidade de saber respeitar a individualidade de outro ser humano.

No filme, de forma bem estruturada, o enredo apresenta uma sucessão de tragédias em que os protagonistas ora se complicam, ora se dão bem e ora voltam a se complicar, que proporciona ao filme emoção constante prendendo a atenção do público.

No desfecho, um objeto volta e meia apresentado em cena, mostra o porquê disso.

Sobre “Acompanhante perfeita”, que está em cartaz em todo Brasil, sendo um dos mais procurados pelo público na semana do cinema, pode-se dizer que, descompromissadamente, segue a linha de outros filmes como “Blade Runer”, “AI – Inteligência Artificial”, “Ela” e “Ex_Machina: Instinto Artificial”.

Assista ao trailer:

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