Peixe-morcego: um dos animais mais estranhos da ilha que inspirou Darwin

Quando o jovem Charles Darwin entrou no navio Beagle em direção à América do Sul, em 1831, o mundo todo acreditava no criacionismo. Na ideia de que Deus criou todas as coisas do jeito que elas são.

Sim, alguns cientistas da época já falavam em evolução das espécies, mas o naturalista britânico foi a primeiro a colocar no papel a maneira pela qual essa evolução acontece – teoria que recebeu o nome de seleção natural.

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O mais curioso é que o Beagle partiu nessa missão com o objetivo de atualizar as cartas náuticas britânicas, além de devolver 3 indígenas catequizados à Argentina. Darwin foi apenas como um convidado. Mas que aprendeu muito com a viagem. Ele se encantou com as belezas naturais da região e passou a fazer indagações sobre a natureza e os seres vivos.

O naturalista visitou a costa brasileira, a argentina, os Andes, mas se maravilhou mesmo com um arquipélago que fica a aproximadamente mil quilômetros do litoral do Equador: Galápagos.

Esse conjunto de ilhas abriga até hoje uma fauna única, com espécies exclusivas. Antes de falarmos mais sobre a viagem de Charles Darwin, porém, eu queria me ater a um desses animais: um que com certeza você nunca mais vai esquecer.

Um peixe com lábios?

Observe como as nadadeiras ficam coladas ao chão: é por isso que os cientistas afirmam que esse peixe “anda” no fundo do mar – Imagem: bearacreative/Shutterstock
  • Estamos falando do Ogcocephalus darwini ou, simplesmente, peixe-morcego-de-Galápagos.
  • É uma espécie de tamanho médio, que pode crescer entre 25 e 40 centímetros.
  • Eles vivem nas bordas dos recifes de corais, mas também podem ser encontrados no raso, a uma profundidade de pelo menos 3 metros.
  • Carnívoro, o peixe-morcego se alimenta de outros peixes menores, além de crustáceos e moluscos.
  • Ele tem um formato achatado e usa as nadadeiras para “andar” no fundo do mar.
  • A principal característica, porém, são seus marcantes lábios vermelhos.
  • Os cientistas não têm certeza sobre o motivo dessa estrutura física.
  • A principal hipótese é que eles usam essa parte do corpo para conseguir identificar outros peixes-morcegos na escuridão do fundo do mar – eles que vivem a aproximadamente 100 metros de profundidade.
  • Outro uso seria atrair eventuais presas.
  • E, pode parecer cômico, mas esses lábios vermelhos também teriam a ver com a reprodução desses animais.
  • Isso mesmo, um peixe-morcego-de-Galápagos encontraria sua parceira no escuro olhando seus lábios vermelhos…
  • Então tá bom!

Mais sobre Darwin e Galápagos

O Ogcocephalus darwini recebeu esse nome em homenagem ao naturalista britânico. Darwin, porém, fez suas principais ponderações ao observar as tartarugas e as aves.

Ele percebeu que espécies muito similares tinham diferenças importantes (como o formato do bico) dependendo do lugar onde elas moravam.

Charles Darwin é considerado um dos cientistas mais importantes de todos os tempos – Imagem: Nicku/Shutterstock

Visualmente, os pássaros eram muito, mas muito parecidos. A espécie de uma ilha, no entanto, tinha o bico mais curvo. Da outra, mais reto e afilado. O britânico entendeu que as duas espécies tinham um ancestral em comum, mas que, diante da região onde viviam, esse ancestral foi se adaptando: um bico para comer sementes e outro para comer cactos.

O religioso e até então criacionista Darwin levou esses achados de volta para a Inglaterra e, depois de conversas com outros especialistas, resolveu escrever a obra A Origem das Espécies, que revolucionou a Biologia.

Ah, uma curiosidade é que a viagem de navio do Beagle durou longos 5 anos. Tempo suficiente para converter o britânico. A sociedade em geral e a igreja, principalmente, resistiram à ideia num primeiro momento, mas depois a aceitaram, fazendo com que Darwin recebesse reconhecimento em vida.

As informações são do IFL Science.

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