Aves-do-paraíso emitem cores fluorescentes para acasalar; veja

Conhecidas pelas elaboradas exibições de cortejo, as aves-do-paraíso ganharam um capítulo especial em um trabalho do Museu Americano de História Natural (AMNH) que estuda a biofluorescência de mais de 500 espécies.

O fenômeno ocorre quando o organismo absorve luz, a transforma e a emite como uma cor diferente, sendo predominante em peixes e animais marinhos, desde tubarões a tartarugas e corais.

O projeto do museu começou há mais de uma década e, recentemente, focou nas aves-do-paraíso, aves florestais encontradas no leste da Austrália, Indonésia e Nova Guiné, cujos machos são conhecidos por sua plumagem grandiosa.

Pássaros “brilhantes” são adeptos a ver biofluorescência (Imagem: Rene Martin/Reprodução)

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Como foi feita a pesquisa com as aves-do-paraíso?

O trabalho foi liderado pela professora assistente na Universidade de Nebraska-Lincoln Rene Martin quando era bolsista de pós-doutorado Gerstner no museu.

“Os rituais de acasalamento e exibições únicas de aves-do-paraíso fascinaram cientistas e estimularam uma miríade de estudos focados na evolução de características e seleção sexual. Parece apropriado que essas aves carismáticas provavelmente estejam sinalizando umas às outras de maneiras adicionais e chamativas”, afirmou. 

A cientista é a principal autora do estudo que descreve a biofluorescência em 37 das 45 espécies conhecidas de aves-do-paraíso. Ao usar luzes ultravioleta e azul e filtros de emissão, a equipe descobriu que o fenômeno é proeminente em machos, em especial na boca interna e no bico, pés e penas na cabeça, pescoço e barriga.

Projeto do Museu Americano de História Natural começou há mais de uma década (Imagem: Rene Martin/Reprodução)

Além disso, os pesquisadores inferem que os pigmentos nos olhos das aves se alinham com os picos de fluorescência que eles mediram. Ou seja, pássaros “brilhantes” são adeptos a ver biofluorescência, o que aumenta o contraste contra a plumagem escura e possivelmente desempenha um papel importante em exibições de cortejo e hierarquia.

“Esses pássaros vivem perto do equador, onde há uma abundância de luz solar brilhante o ano todo, e vivem em florestas onde a complexidade da luz é significativamente afetada por diferenças no dossel e onde os sinais biofluorescentes podem ser aprimorados”, disse Emily Carr, uma estudante de doutorado que participou do trabalho.

Apesar de haver mais de 10.000 espécies descritas, a presença e o uso da biofluorescência entre os pássaros ainda são pouco investigadas, segundo as autoras. “Os museus de história natural estão cheios de espécimes históricos que contêm uma riqueza de informações para abordar questões como essa”, disse Martin. “A porta está aberta para mais trabalho nesta área.”

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