Denunciado por tentativa de golpe, Silvinei Vasques passou quase um ano preso, usa tornozeleira e é secretário de prefeitura em SC

Atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, na Grande Florianópolis, ele foi diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Denúncia cita uso indevido da estrutura do órgão para manter Bolsonaro no poder. Denunciado por tentativa de golpe, Silvinei Vasques passou quase um ano preso, usa tornozeleira e é secretário de prefeitura em SC
A denúncia apresentada na quinta-feira (18) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado cita, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o nome de Silvinei Vasques. Atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, na Grande Florianópolis, ele foi diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e chegou a ser preso em 2023.
A detenção do secretário na época teve como base a suspeita da interferência dele no segundo turno das eleições de 2022, quando blitze do órgão que ele comandava tentaram prejudicar na movimentação de eleitores do país.
E é essa suspeita de uso indevido da estrutura da polícia rodoviária para manter Bolsonaro no poder que motivou a citação dele na denúncia (entenda mais abaixo).
Vasques passou quase um ano detido e foi solto em agosto de 2023. Agora, ele usa tornozeleira eletrônica e precisa seguir regras determinadas pela Justiça no processo do caso.
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Procurada, a defesa de Vasques afirmou que só irá se manifestar sobre a denúncia nos autos. A prefeitura de São José, quarta maior cidade de Santa Catarina, não se manifestou.
Denúncia
O inquérito da PF que baseou a denúncia da PGR incluía 40 nomes de pessoas indiciadas ao todo, mas não citava Vasques e outros três nomes.
Sobre os indiciados que não foram denunciados, a PGR informou que “mantêm-se preservada a possibilidade de denúncia, a depender dos novos elementos de convicção produzidos ao longo da instrução processual”.
O documento que cita Vasques diz que os envolvidos “integraram, de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde pelo menos o dia 29 de junho de 2021 e operando até o dia 8 de janeiro de 2023, com o emprego de armas (art. 2º da Lei n. 12.850/2013). Essa organização utilizou violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República (art. 359-Ldo Código Penal) e depor um governo legitimamente eleito (art. 359-Mdo Código Penal)”.
Agora, a denúncia seguirá para as mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
Ele deve abrir prazo de 15 dias para que os denunciados apresentem defesa, por escrito, contra as acusações. Se houver questionamentos da defesa, Moraes também pode conceder prazo para que a PGR apresente respostas.
Citação a Vasques
O colunista da NSC Anderson Silva teve acesso ao documento que cita o plano golpista. No texto, a investigação afirma que os denunciados com posições profissionais relevantes gerenciaram as ações elaboradas pela organização. Vasques e outros “coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima” do ex-presidente Bolsonaro no poder, diz o texto.
“Os denunciados se utilizaram especialmente da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob o comando do denunciado Silvinei Vasques, para obstruir o funcionamento do sistema eleitoral e minar os valores democráticos, dificultando a participação de eleitores que se presumiam contrários ao então Presidente”, diz o documento.
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