Telegram entregou dados de 1.008 brasileiros às autoridades

O Telegram forneceu dados de 1.008 usuários brasileiros às autoridades em 2024, segundo o bot de transparência da própria plataforma. O envio atendeu 302 solicitações no total. Já nos Estados Unidos, o Telegram respondeu a 900 pedidos: encaminhou informações sobre 2.253 usuários no ano passado, de acordo com o site 404media.

Na prática, o aplicativo fornece detalhes como dados de telefone ou IP brasileiros para auxiliar investigações. O Telegram ponderou que o envio ocorreu somente após as autoridades comprovarem o motivo pelo qual os citados eram suspeitos

No primeiro trimestre, foram 75 encaminhamentos; no segundo, 63; no terceiro, 65; e no quarto, 99, de acordo com o relatório acessado pelo site Núcleo.

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Rede mudou postura após prisão do fundador, Pavel Durov (Imagem: Dugguphotovala/Shutterstock)

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Mudança de postura do Telegram

O volume de dados marca uma nova postura da plataforma, que, até então, se recusava ou dificultava esse tipo de acesso. A mudança parece estar relacionada à prisão do fundador da rede, Pavel Durov, na França.

Ele está proibido de deixar o país desde agosto do ano passado. Segundo o WIRED, o caso ainda está longe de ter um desfecho, já que o julgamento não deve ocorrer pelo menos nos próximos dois anos.

Durov é acusado de ter atrapalhado investigações de 2.460 casos entre 2013 e 2024. As autoridades francesas alegam que o Telegram violou as próprias regras ao não bloquear atividades ilegais na plataforma, como fraude, tráfico de drogas, material de abuso sexual infantil, crime organizado e terrorismo.

Pavel Durov, criador do Telegram
Durov não pode deixar a França até julgamento (Imagem: Reprodução/Instagram)

Violações

Em 2024, o Telegram excluiu 15,4 milhões de contas e grupos da plataforma. Por mês, foram removidos cerca de um milhão de canais que violavam diversas regras de uso da rede, incluindo casos de incitação à violência, compartilhamento de materiais de abuso infantil e comércio de bens ilegais.

O alcance foi possível graças aos sistemas de detecção automatizados criados em 2015 e ferramentas com tecnologia de inteligência artificial (IA) introduzidas no ano passado, como relatou o Olhar Digital.

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