Descoberto método para extrair água do deserto mais quente da Terra

Em um estudo inovador, cientistas descobriram uma maneira de extrair água do ar no deserto do Atacama, um dos lugares mais secos e quentes da Terra. A técnica, conhecida como “coleta de névoa”, utiliza malhas finas para capturar a umidade presente na neblina, transformando-a em água potável.

A pesquisa, realizada em Alto Hospicio, no Chile, demonstra o potencial da coleta de névoa para fornecer água potável a comunidades vulneráveis que enfrentam escassez hídrica.

Cientistas desvendam como obter água “coletando névoa”

  • O método consiste em instalar malhas finas em áreas propensas à neblina.
  • As gotas de água presentes na neblina se acumulam na malha e, por gravidade, escorrem para um sistema de calhas e tanques de armazenamento.
  • Os cientistas estimam que, em uma área de 100 quilômetros quadrados, a coleta de névoa pode gerar entre 0,2 e 5 litros de água por metro quadrado por dia.
  • Em períodos de maior neblina, a produção pode chegar a 10 litros por metro quadrado.
Paisagens cênicas fantásticas do norte do Chile, deserto do Atacama.
Cientistas descobriram como extrair água do ar de um dos lugares mais secos e quentes da Terra, o deserto do Atacama. (Imagem: Galyna Andrushko/Shutterstock)

A água coletada, após tratamento adequado, pode ser utilizada para consumo humano, agricultura e mineração. Os pesquisadores calculam que a instalação de 17.000 metros quadrados de malhas seria suficiente para suprir a demanda semanal de água potável de 10.301 pessoas na cidade de Alto Hospicio.

A região, que depende de aquíferos subterrâneos em esgotamento e de caminhões-pipa, pode se beneficiar significativamente dessa fonte alternativa de água.

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Apesar do potencial promissor, os cientistas alertam que a coleta de névoa não é uma solução única para a escassez de água. A técnica depende de condições geográficas e atmosféricas específicas, como a densidade da neblina, padrões de vento favoráveis e relevos elevados. Além disso, a variabilidade sazonal da neblina e a qualidade da água coletada devem ser consideradas.

A equipe espera que o estudo incentive a integração da coleta de névoa em estratégias nacionais de gestão de recursos hídricos, especialmente em regiões áridas e semiáridas que sofrem com as mudanças climáticas.

O estudo foi publicado na Frontiers in Environmental Science.

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