Brics sob liderança do Brasil quer reduzir custos com moedas locais e desafiar o dólar

Sob a presidência rotativa do Brasil, o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciou nesta sexta-feira (21) um plano para intensificar o uso de moedas locais em operações comerciais e investimentos entre seus países-membros.

O objetivo é reduzir custos financeiros e desafiar a hegemonia do dólar, estratégia que ganha urgência após ameaças do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 100% sobre importações do bloco.

Segundo Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty e principal negociador do Brasil no Brics, o uso de moedas locais já é uma realidade desde 2015 em transações bilaterais. Atualmente, o bloco quer expandir o sistema para todo o grupo, incluindo os novos membros:

  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Arábia Saudita
  • Etiópia
  • Irã

“É algo que já se desenvolve no Brics desde 2015 e nós continuamos a avançar, até porque o uso de moedas locais já é praxe no comércio bilateral entre membros do Brics. Vários membros já usam moedas locais no seu comércio bilateral, o que continuará no período da presidência brasileira”, declarou Lyrio.

Moeda comum no Brics?

Apesar do avanço nas moedas locais, o Brics não discutirá uma moeda única em 2024. Lyrio explicou que a complexidade de integrar economias gigantes como China e Índia torna o processo inviável no curto prazo. No entanto, o diplomata não descartou a possibilidade no futuro.

  • Foco atual: redução de custos via sistemas de pagamento em moedas nacionais.
  • Risco geopolítico: Trump ameaçou retaliar o bloco caso desafiem o dólar.

Trump x Brics

As declarações de Trump sobre tarifas de 100% contra o Brics acenderam um alerta no bloco. Apesar disso, Lyrio garantiu que a decisão de não criar uma moeda comum não está ligada às pressões dos EUA, mas sim a desafios técnicos.

Por que isso importa?

  • O Brics representa 40% da população global e 25% do PIB mundial.
  • A redução da dependência do dólar pode abalar o sistema financeiro ocidental.

Prioridades que impactarão a economia global

Na próxima terça-feira (25), os negociadores do Brics se reunirão em Brasília para alinhar a agenda da Cúpula de Chefes de Estado, marcada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. As prioridades incluem:

  1. Cooperação em saúde (com foco em pandemias).
  2. Financiamento climático para países emergentes.
  3. Comércio e investimentos com moedas locais.
  4. Governança da inteligência artificial (regulação ética).
  5. Fortalecimento institucional do Brics.

O encontro será aberto pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, na capital federal. Além disso, existe a possibilidade de uma sessão especial com discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos participantes, no segundo dia do evento.

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