Zona Franca de Manaus completa 58 anos: um modelo de desenvolvimento econômico e preservação ambiental

Zona Franca de Manaus (ZFM), um dos pilares do desenvolvimento regional da Amazônia, celebra 58 anos de existência nesta quinta-feira, 28 de fevereiro.

Criada em 1967 pelo Decreto-Lei nº 288, durante o governo do presidente Castello Branco, a ZFM foi concebida como uma estratégia para impulsionar a economia da região Norte, superando desafios como a distância dos grandes centros consumidores e a falta de infraestrutura.

Inicialmente, a ZFM funcionava como um porto livre para o armazenamento e beneficiamento de produtos estrangeiros. No entanto, com o tempo, evoluiu para um polo industrial, comercial e agropecuário, consolidando-se como um dos modelos de desenvolvimento regional mais bem-sucedidos do Brasil.

“Nossas indústrias estão no processo aceleradíssimo de implantação dos sistemas 4.0 industrial. Quer dizer a automação, a diminuição dos custos de produção que permitem com que a gente vá competir com China, com Índia. Que são centros produtores também igual nós aqui no Brasil, e isso facilita a vida de todo mundo”, Bosco Saraiva, superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus .

Zona Franca de Manaus. – Foto: Divulgação/ GOV.

Impacto econômico, social e ambiental

A Zona Franca de Manaus é responsável por gerar 128 mil empregos diretos e movimentar mais de R$ 204 bilhões em faturamento anual.

Dizem que para cada um emprego direto há a geração de três empregos indiretos, no comércio e no serviço“, reforça Bosco Saraiva. Isso significa que o impacto da ZFM vai além das fábricas, beneficiando setores como saúde, educação e comércio local.

Um dos aspectos mais notáveis da ZFM é seu papel na preservação ambiental. Desse modo, ao concentrar a atividade industrial em uma área delimitada, o modelo evitou a exploração desordenada da floresta. Estima-se que 98% da mata nativa do Amazonas esteja preservada graças a essa estratégia.

“A importância da SUFRAMA nesses 58 anos é fundamental, porque é um projeto de desenvolvimento mais bem sucedido da história do país. E temos aqui no modelo Zona Franca, como por exemplo, o polo de ar-condicionado, relojoeiros, duas rodas, e isso beneficia muito a economia nacional”, destaca o economista Mourão Júnior.

Superintendência da Zona Franca de Manaus. – Foto: Divulgação/ GOV.

Incentivos fiscais e segurança jurídica

Os incentivos fiscais são a base do sucesso da ZFM. Inicialmente previstos até 1997, eles foram prorrogados várias vezes e, em 2014, foram estendidos até 2073. Atualmente, a Reforma Tributária garantiu a manutenção desses benefícios, proporcionando segurança jurídica para novos investimentos.

“Com a reforma tributária, conseguimos atrair mais empresas e ampliar o faturamento do Polo Industrial de Manaus. Em 2024, saímos de R$ 175 bilhões para R$ 204 bilhões e geramos 14 mil novas vagas“, afirmou Bosco Saraiva.

Em 2025, a 318ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa (CAS) marcou o início das atividades do Conselho em 2025, com 23 projetos industriais e de serviços avaliados, e com investimentos de aproximadamente R$ 672 milhões. O economista Mourão Júnior destaca a importância dessa reunião.

“A Suframa impacta na geração de empregos, principalmente na sua administração e nas análises dos projetos que vão para a reunião do CAS. Para que tanto a Suframa como também a própria empresa tem como objetivo a questão da produção e ao mesmo tempo da geração de emprego se beneficiando dos incentivos fiscais”, ressaltou o economista.

Suframa em visita à fábrica da Digiboard, em Manaus. – Foto: Divulgação/ GOV.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do sucesso, a ZFM enfrenta desafios, como a saturação do Distrito Industrial e a necessidade de modernização da infraestrutura local. “Precisamos criar novos eixos industriais e melhorar a pavimentação, o transporte e o fornecimento de energia para receber novas empresas”, alertou Saraiva.

Além disso, no futuro, a Suframa planeja investir em Indústria 4.0bioeconomia e tecnologia da informação, além de fortalecer parcerias com institutos de pesquisa e desenvolvimento. “Queremos diversificar a economia regional e consolidar a Zona Franca de Manaus como um modelo de desenvolvimento sustentável”, concluiu o superintendente.

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