Crítica de Delicious: Vale a pena assistir ao filme?

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Delicious, lançado recentemente na Netflix, começa como um filme e termina completamente diferente, atravessando fronteiras de gênero de uma maneira que, mesmo não sendo totalmente inesperada, pode desorientar um pouco o espectador.

Dirigido por Nele Mueller-Stofen, que também assina o roteiro, o filme lida com a desigualdade social, um tema recorrente em diversas produções recentes, como Triângulo da Tristeza e Saltburn. No entanto, a grande questão é se o filme consegue abordar essa dinâmica de forma artística e funcional, ou se acaba caindo na armadilha de uma metáfora exagerada e sem graça.

Enredo de Delicious: Família Privilegiada vs. A Classe Trabalhadora

A história acompanha uma família rica e privilegiada em uma viagem para a casa de campo da mãe, no sul da França. Durante o trajeto, eles se deparam com os protestos de trabalhadores insatisfeitos com a inflação e os baixos salários.

Após um acidente, eles acabam ajudando uma mulher chamada Teodora (Carla Diaz), que, como descobrimos mais tarde, finge ser vítima do acidente para se infiltrar na vida da família e dar início a um plano de vingança. A partir daí, Teodora começa a manipular a família, ganhando sua confiança e mexendo com as inseguranças e relacionamentos deles.

A Performance de Carla Diaz e os Desafios do Roteiro

Carla Diaz é sem dúvida a estrela do filme, entregando uma performance segura e multifacetada, mantendo uma fachada de boa moça enquanto esconde uma trama de manipulação. Porém, por mais interessante que seja sua atuação, o filme peca na construção dos personagens. Todos são superficiais, usados meramente para cumprir a função do roteiro e carregar a mensagem, que se torna cada vez mais previsível e forçada à medida que a história avança.

O grande problema de Delicious está na tentativa de construir um suspense crescente que culmina em uma revelação “impactante” no terceiro ato, mas a execução deixa a desejar. O final parece mais uma reviravolta exagerada, que deixa o público mais irritado do que surpreso. A intenção de criticar a disparidade socioeconômica é clara, mas a metáfora se torna tão óbvia e mal construída que mais parece um golpe baixo do que uma reflexão interessante sobre a sociedade.

A comparação com Parasita é inevitável, dado o tema de classes sociais, mas o filme não chega nem perto da complexidade ou da originalidade do aclamado vencedor do Oscar. Um paralelo mais próximo seria Saltburn, que também brinca com temas de classe e privilégio, mas de uma maneira mais afiada e com mais humor ácido. Já Delicious tenta ser um drama de suspense, mas acaba caindo na armadilha do melodrama previsível.

Vale a Pena Assistir Delicious?

Não. Embora Delicious tenha boas intenções e algumas performances destacáveis, como a de Carla Díaz, o filme acaba sendo uma metáfora tosca e grosseira sobre a desigualdade social. O roteiro é cheio de clichês e o desenrolar da trama soa forçado, fazendo com que a conclusão seja mais frustrante do que reveladora. Para aqueles que buscam uma crítica social mais refinada e bem executada, Delicious pode ser uma decepção.

Nossa recomendação: Delicious falha em entregar o impacto que promete, com um roteiro que tenta forçar um ponto sem a finesse necessária. Se você está em busca de um filme que critique a desigualdade social de forma mais inteligente e com mais nuances, é melhor pular esse.

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Crítica de Delicious: Vale a pena assistir ao filme?

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