‘Temo pela minha vida’, diz odontóloga durante CPI das Grilagens em Roraima

CPI Grilagens Roraima-capa

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagens de Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) realiza, nesta segunda-feira (10), as oitivas relacionadas às investigações.

Na reunião, que teve início às 09h no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas, os deputados ouvirão sete pessoas intimadas.

CPI das Grilagens em Roraima

Em depoimento durante a CPI das Grilagens, a odontóloga Estela Maris Zanlorenzi Camargo expressou o temor que sente devido à situação que enfrenta.

Proprietária de um lote rural, o Sítio Uberabinha II, com 8 hectares adquiridos em 2010, Estela compartilhou detalhes sobre os episódios que afetaram sua família.

“Eu temo pela minha vida e pela vida da minha família. Sou odontóloga e especialista em crianças, e nunca imaginei viver algo assim. Minha casa é fruto de 40 anos de trabalho do meu pai, que é advogado da União, e nunca tivemos que enfrentar esse tipo de medo. Recentemente, fomos vítimas de um assalto estranho. Durante a ação, o agressor, que atacou minha mãe de 68 anos, disse que nossa família tinha uma ordem de morte. Além disso, encontraram um rastreador no meu carro, o que já foi registrado na delegacia. Não sabemos quem colocou o dispositivo, mas sinto que estou sendo monitorada. Estou com medo”, relatou.

Presidente da CPI oferece apoio à odontóloga

O presidente da CPI, deputado Jorge Everton (União), ofereceu proteção à família de Estela e ressaltou a gravidade da situação.

Ele questionou em qual delegacia o caso havia sido registrado e solicitou o envio dos boletins de ocorrência para que as medidas necessárias fossem tomadas.

“É fundamental que se proteja e oriente sua advogada a buscar uma medida judicial para garantir a segurança da sua família. Sabemos que casos estranhos têm ocorrido no estado, como o recente assassinato de um casal com a participação do chefe de segurança do governador, situação que denunciei aqui. Isso é inaceitável”, disse Everton.

Além disso, o parlamentar destacou que a atuação da Justiça também era fundamental e reforçou que a comissão não se deixaria intimidar por organizações criminosas.

“Nossa missão legislativa segue dentro dos limites legais, mas não vamos permitir que nenhuma organização criminosa nos intimide. A senhora pode contar conosco para investigar os fatos e trazer a verdade à tona, para que a sociedade e o Judiciário possam agir”, concluiu.

Origem e o afastamento da presidente da Iteraima

A origem da CPI ocorre após uma denúncia do Ministério Público de Contas (MPC), que solicitou o afastamento de Dilma Lindalva, presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima).

O pedido de afastamento à ALE-RR ocorreu por conta de suspeitas de envolvimento em grilagem de terras e suposto favorecimento de regularização.

Agora, o deputado Renato Silva ficará responsável por definir as próximas etapas. De acordo com o presidente da comissão, Jorge Everton, o problema foi levado ao governador Antonio Denarium “diversas vezes”, mas não foi resolvido.

Quais deputados compõem a CPI?

Além de Renato Silva (Podemos) e Jorge Everton (União), mais cinco deputados compõe a comissão. Confira:

  • Armando Neto (PL);
  • Marcinho Belota (PRTB);
  • Chico Mozart (PRTB);
  • Neto Loureiro (PMB);
  • Soldado Sampaio (Republicanos).

O que é grilagem?

Grilagem é ato ilegal de apropriar-se de terras públicas ou privadas, falsificando documentos, como registros de propriedade, para “legalizar” a posse.

O termo originou-se no Brasil, quando os falsificadores de terras, colocavam grilos em gavetas para envelhecer documentos e dar aparência de autenticidade.

Por fim, é uma prática criminosa, geralmente associada à especulação imobiliária e ao desmatamento ilegal.

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