Corredora que “atacou” adversária com bastão durante grande corrida explica por que fez isso

Um vídeo chocante de uma competição de atletismo escolar nos Estados Unidos está gerando debates acalorados nas redes sociais. O incidente ocorreu no dia 7 de março, durante um revezamento 4×200 metros na Liberty University, no estado da Virgínia.

A corredora Kaelen Tucker, da Brookville High School, sofreu uma concussão e uma possível fratura no crânio após ser atingida na parte de trás da cabeça por um bastão. As imagens, que viralizaram rapidamente, mostram o momento em que a estudante, que era a segunda integrante de seu time, é golpeada enquanto ultrapassava uma adversária numa curva da pista.

Nas gravações, é possível ouvir o susto da plateia quando Tucker cai no chão, segurando a cabeça. A suposta autora do golpe, Alaila Everett, da I.C. Norcom High School, foi rapidamente apontada como responsável intencional pelo ato. Nas redes, usuários exigiram sua suspensão do esporte, acusando-a de agressão. Porém, em entrevista à emissora WAVYTV10, a jovem de 17 anos contou sua versão dos fatos, emocionada: “Todo mundo tem sentimentos. Ela está machucada fisicamente, mas ninguém pensa no meu lado mental”, disse, entre lágrimas.

A corredora foi fortemente criticada nas redes sociais (Facebook).

Everett explicou que, ao tentar ultrapassar Tucker na curva, ficou presa atrás dela. “Bati nela algumas vezes com o bastão, mas ele subiu pelas costas dela. Perdi o equilíbrio e, quando movi o braço de novo, ela foi atingida”, detalhou. A atleta insistiu que nunca machucaria alguém de propósito: “Conheço minhas intenções”. Seus pais apoiam a narrativa, afirmando que a filha não teria motivos para agir deliberadamente. “Ela treinou duro para essa temporada e está devastada com o que aconteceu”, declarou a mãe de Everett.

Do outro lado, a família de Tucker busca respostas. Em declarações à imprensa local, eles criticaram a falta de solidariedade imediata após o acidente. “Estavam ao nosso lado no evento, viram o vídeo, mas ninguém veio ver como ela estava ou se desculpar”, disse um familiar. Kaelen, que segue em recuperação, ainda não recebeu um pedido formal de desculpas. Everett afirma que tentou entrar em contato, mas foi bloqueada nas redes sociais pela adversária. “Quero me desculpar, mas ela não está receptiva”, explicou.

Alaila insistiu que o golpe com o bastão não foi intencional e contou sua versão dos fatos (WAVY TV 10).

O caso ganhou contornos legais: os pais de Everett revelaram que a família de Tucker ingressou com uma ação solicitando uma ordem de restrição contra a jovem. Enquanto isso, a entidade responsável pelo esporte escolar na região informou que abriu uma investigação para apurar se houve violação das regras. Especialistas em atletismo destacam que acidentes com bastões são relativamente comuns em provas de revezamento, principalmente durante as trocas ou em ultrapassagens apertadas. Porém, lesões graves como a de Tucker são raras.

Nas redes sociais, o debate divide opiniões. Alguns defendem que a falta de experiência das atletas juvenis pode ter contribuído para o erro, enquanto outros cobram punições mais duras. Enquanto aguardam o resultado da investigação, ambas as famílias enfrentam as consequências do incidente. Kaelen Tucker segue afastada das pistas, sem previsão de retorno, enquanto Alaila Everett lida com a pressão pública e as acusações que, segundo ela, distorcem sua imagem como atleta e pessoa. O caso continua a levantar questões sobre segurança em competições escolares e os limites entre acidente e má conduta intencional no esporte.

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