Sargento do Acre é uma das mulheres à frente do combate ao garimpo ilegal na Terra Yanomami

Agentes das forças de segurança avançam pela densa floresta amazônica na Terra Indígena Yanomami (TIY), enfrentando desafios extremos para remover garimpeiros ilegais.

Entre elas, a sargento Gesitania Nascimento, da Polícia Militar do Acre. Em 2012, ela enfrentou o desafio do concurso para a Polícia Militar do Acre, com apenas oito vagas disponíveis para mulheres. Após meses de intensa preparação, ela iniciou o curso de formação, onde passou quase oito meses em treinamento rigoroso.

Foi durante essa jornada que ela ouviu pela primeira vez a Canção do Expedicionário, o hino da Força Nacional, e algo dentro dela mudou. Naquele instante, Gesitania fez uma promessa a si mesma: “Eu disse: um dia eu vou estar lá também. Eu vou trabalhar na Força Nacional”.

A operação do Governo Federal, coordenada pela Casa de Governo, reúne diversas instituições, incluindo Polícia Federal (PF), Ibama, ICMBio, Funai e outras agências.

O objetivo é desativar as estruturas clandestinas do garimpo, que devastam a floresta, contaminam rios e ameaçam comunidades indígenas.

A sargento Camila Reis, da Polícia Militar do Amapá, relembra que a escolha pela carreira policial veio ainda no ensino médio. Após mais de dez anos de atuação, agora participa da missão de desintrusão, garantindo que equipamentos deixados pelos invasores sejam inutilizados.

Além da FNSP, mulheres desempenham funções estratégicas em diferentes frentes da operação. No Ibama e no ICMBio, elas monitoram áreas degradadas e coordenam ações para impedir novas invasões. Na Funai, equipes compostas por antropólogas e servidoras acompanham os Yanomami e reforçam a proteção da terra indígena.

Katiane Leite, da etnia Macuxi e integrante da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai, vê a missão como um compromisso pessoal. Para ela, a resistência dos Yanomami diante da exploração ilegal é um símbolo de luta, e conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação ambiental é um grande desafio.

A presença feminina se estende à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que monitoram e coíbem o transporte irregular de insumos para o garimpo. Na ANAC, agentes fiscalizam aeronaves suspeitas de abastecer a atividade ilegal.

As Forças Armadas também integram a operação, com o Comando Conjunto Catrimani II atuando na segurança e logística. Segundo o Exército Brasileiro, mais de 23,5 mil mulheres se alistaram em 2024, refletindo a crescente participação feminina em missões estratégicas.

O impacto das ações já é significativo. Dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) mostram que, entre março de 2024 e fevereiro de 2025, houve uma redução de 94,11% nas áreas de garimpo ativo na TIY.

Desde o início da desintrusão, o Governo Federal já realizou mais de 4.160 ações contra a exploração ilegal, fortalecendo a preservação do território Yanomami e destacando o papel essencial das mulheres nessa missão.

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