Fundo Estadual do Idoso leva saúde auditiva e qualidade de vida para dezenas de catarinenses

O Fundo Estadual do Idoso (FEI), gerido pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família e pelo Conselho Estadual do Idoso, garantiu esta semana aparelhos auditivos para idosos de uma instituição de longa permanência. Mas a entrega dos equipamentos foi o capítulo final de uma jornada que começa na inscrição do projeto e num trabalho posterior para atender as demandas desse tipo de organização de acolhimento.

Neste caso, quem foi contemplado com recursos do Fundo foi o Instituto Otovida, que fornece o aparelho auditivo e acompanha o processo de adaptação. Os profissionais vão até as instituições, mapeiam aqueles idosos que podem ter algum problema, fazem a avaliação auditiva, limpeza, tiram o molde do ouvido e selecionam os equipamentos a serem confeccionados.

A secretária de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, Adeliana Dal Pont, reforça que projetos como este mostram a importância da doação ao Fundo Estadual do Idoso, que pode utilizar recursos para transformar a vida de milhares de catarinenses. “Este é um lindo exemplo de como o recurso bem aplicado pode mudar a vida de tantos idosos. Por orientação do governador Jorginho Mello, queremos lançar novos editais do FEI e ampliar iniciativas por todo o estado”, disse.

No Lar São Francisco, em Florianópolis, 20 dos cerca de 50 residentes vão receber o aparelho e a chance de perceber os sons ao redor de forma mais limpa e clara. É o caso da dona Martinha, que, aos 99 anos, aceitou realizar o exame e testar o aparelho para ver se consegue se adaptar à novidade nessa etapa da vida.

O diretor Administrativo do Lar São Francisco, Caio Antonaglia, explica que a parceria com o Governo do Estado e a Otovida leva à instituição justamente o que o lugar tanto procura. “Compõe a ideia que o Lar tem de dar dignidade para a vida do idoso, para que ele continue funcional, autônomo nas atividades por mais tempo possível. Promover saúde e dignidade nessa etapa da vida”, afirma o gestor da casa de acolhimento, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana com cuidados em saúde e auxílio de fisioterapia, nutrição, psicologia e educação física.

Projeto encurtou caminho até o aparelho

A fonoaudióloga do Otovida, Luciana Berwanger Cigana, esclarece que sem os recursos do FEI a chegada desses aparelhos aos idosos seria muito mais demorada. “O apoio do Fundo do Idoso é fundamental, porque o Instituto Otovida possui experiência de mais de 20 anos na adaptação de aparelhos auditivos na sua sede. Porém, no projeto nós idealizamos poder ir nos locais e adaptar em pessoas que têm mais dificuldade em se dirigir à sede da Otovida, cadeirantes, muitas pessoas acamadas, com uso de bengala ou andar muito lento. Sem esse suporte do Governo do Estado as pessoas teriam que ser deslocadas até a sede e entrariam na fila do Programa de Saúde Auditiva do SUS (Sistema Único de Saúde), que é uma fila relativamente grande, o paciente demora em torno de dois anos e aí o processo é muito mais longo”, revela a profissional.

E no meio dessa busca por dar qualidade de vida aos idosos, os profissionais se deparam com histórias como a do senhor Domingos, de 92 anos. Ele mora no Lar de Zulma, em São José. Chegou por lá há seis meses, depois que a sobrinha que cuidava dele não conseguiu mais atender as necessidades do tio. O ex-agricultor foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há cerca de 12 anos. Parou de falar e de se comunicar com eficácia. Os profissionais constataram a perda total da audição, com isso ele não se enquadraria nos residentes aptos a receber um aparelho auditivo. Mas se o equipamento não veio, ele foi encaminhado para o curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), onde passa as tardes aprendendo uma nova forma de interagir com as pessoas.

“Ele estar em um projeto de Libras e conseguir ser compreendido pelas outras pessoas. Eu entendo que a gente vai conseguir atendê-lo de uma melhor maneira, com ele tendo acesso à língua de sinais e da mesma maneira ele vai ter a oportunidade de estar com outras pessoas e interagir”, disse a assistente social do Lar de Zulma, Juliane Soares Feubach.

Doe parte do seu Imposto de Renda para FEI

A destinação de parte do Imposto de Renda (IR) para o Fundo Estadual do Idoso de Santa Catarina é uma forma simples e eficaz de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população idosa do estado, que representa 15,6% de toda a população. Esse gesto solidário permite que recursos que iriam diretamente para a União sejam aplicados em projetos e iniciativas locais voltados ao bem-estar dos idosos catarinenses.

Fonte: Christiano Vasconcellos 

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