Do clima ao prato: instabilidade climática afeta produção agrícola, piscicultura e preços dos alimentos

Clima influencia na produção dos alimentos.

Você acredita na teoria de que Brasília (DF) só é verdadeiramente Brasília se em uma hora estiver chovendo em um local e neste mesmo local, 30 minutos depois, estiver “um sol de rachar”? 

Pois bem, há quem diga que isso é “Brasília sendo Brasília!” Essa “bipolaridade” vai muito além de uma questão climática, com questões prejudiciais à saúde. Ela pode muito bem influenciar a produção de alimentos.

A agrônoma Helen Coelho de Amorim explica que tanto a seca, quanto o excesso de chuvas causam efeitos negativos no setor do agro. 

“Mudanças climáticas, como temperaturas altas, que geram secas intensas, além da densidade ou falta das chuvas prejudicam no desenvolvimento das plantas, sendo elas hortaliças e frutíferas. Tudo em excesso e em falta prejudica o cultivo”, disse. 

Na seca, o cultivo através de irrigação aumenta, mas “isso afeta também o consumidor”, salienta Amorim.

A especialista alerta para o aumento de pragas e doenças que “afetam a qualidade dos alimentos desde o início do cultivo, que é o preparo do solo, até a chegada dos alimentos nas prateleiras dos mercados”. 

Falta de água afeta produção de alimentos. Imagem: Cemaden e INPE

Piscicultura

As cheias do Rio Acre, que se potencializaram do último final de semana para cá, podem sensibilizar inclusive os animais aquáticos que viram alimentos, como peixes. 

“Se no Acre a produção da piscicultura for feita por meio de um suporte semelhante a uma rede, onde os peixes ficam dentro do rio, sendo alimentados, a cheia pode causar impactos muito grandes, porque os peixes vão fugir, com o sistema estrutural ficando destruído”, explicou Helen. 

Valores

A agrônoma também assegura que as interferências climáticas nos alimentos refletem da mesma forma no preço dos alimentos. A alta nos valores tem sido discutida nas últimas semanas, inclusive pelo governo federal, que buscou medidas para reduzir preços.

O economista Alex Barros destacou o Produto Interno Bruto (PIB) como fator essencial no cenário.

“O PIB reflete muito na realidade do mercado brasileiro e junto disso a gente observa o recuo do consumo das famílias, sobretudo nos produtos agrícolas e também na pecuária. O governo suspendeu o Plano Safra e com isso o setor da produção teve que buscar dinheiro no mercado, causando aumento”, ponderou.

Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  divulgou que a economia brasileira cresceu 3,4% em 2024. Os valores correntes do Produto Interno Bruto (PIB) aparecem em um total de R$ 11,7 trilhões, enquanto o PIB per capita atingiu  R$ 55.247,45 com alta de 3,0% frente ao ano de 2023. 

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