VÍDEO – Ato pro-anistia por presos do 8 de janeiro reúne milhares em Copacabana

Milhares de pessoas tomaram a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (16/3), em uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, transformando a icônica orla carioca num mar de vozes e bandeiras. O ato, que se estendeu da manhã ao começo da tarde sob um sol escaldante de 30ºC e uma sensação térmica ainda mais sufocante, ocorre em meio à tensão crescente pela análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado “Núcleo 1” — grupo que inclui Bolsonaro, acusado de tramar um golpe de Estado. O evento não foi apenas uma demonstração de força política, mas um grito ensurdecedor por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaro subiu ao trio elétrico por volta das 11h40 e, durante 40 minutos, discursou com emoção à multidão. “Não tenho obsessão pelo poder, mas amor pelo Brasil”, declarou, tentando se desvencilhar das acusações que pesam contra ele. Visivelmente tocado, parou por um instante para pedir atendimento médico a um apoiador que desmaiou no calor infernal, antes de retomar suas críticas ferozes ao governo Lula, ao ministro Alexandre de Moraes e à denúncia da PGR.

“Eu jamais imaginaria que teríamos refugiados brasileiros mundo afora”, lamentou, chamando a situação de perseguição e pedindo liberdade para os presos do 8 de janeiro, com menção especial às mulheres detidas.

A multidão, inflamada, ouviu Bolsonaro defender que os envolvidos nos atos golpistas de 2023 foram “atraídos para uma armadilha”. Ele também rebateu as acusações contra si, citando casos como as joias sauditas e a suposta falsificação de comprovantes de vacina.

Sobrou só a fumaça do golpe”, ironizou, enquanto atacava Moraes por inquéritos “secretos” e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposta perseguição na campanha de 2022. Entre os gritos de apoio, o ex-presidente clamou por anistia, um tema que ecoou como hino entre os presentes.

Tarcísio: liberdade sob risco

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), subiu o tom durante manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro, neste domingo, 16, e questionou o motivo de a Justiça brasileira tornar o ex-presidente inelegível. “Qual razão para afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder eleição, porque sabem que vão perder?”.

Tarcísio também falou da anistia de presos e condenados pelo 8 de Janeiro “A gente está aqui para pedir, lutar e mostrar que todos estamos juntos para exigir anistia daqueles inocentes que receberam penas desarrazoadas (…) Quero ver quem vai ter coragem de se opor (ao projeto da anistia)”, afirmou o chefe do Poder Executivo paulista, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Tarcísio também afirmou que a liberdade no País está em risco. De acordo com ele, “a liberdade é uma árvore que dá fruto e no dia que essa árvore morrer, os frutos vão embora. Vai embora o investimento, vai embora a segurança jurídica, vai embora a prosperidade e vai embora a própria democracia”.

Malafaia ataca Moraes

O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, foi o porta-voz dos ataques mais contundentes. Sem medir palavras, chamou Moraes de “criminoso” e desferiu críticas ao inquérito das Fake News, à delação de Mauro Cid e à rapidez do Judiciário em julgar o caso. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em entrevista antes do evento, acusou o ministro de “rasgar a Constituição” e inventar um “Código Penal próprio” por vingança.

No trio elétrico, o deputado Zucco (PL-RS) liderou coros de “Lula ladrão” e bradou: “Não tem STF, esquerda, nós somos a maioria!”

O pedido de anistia aos réus do 8 de janeiro dominou a pauta. Familiares dos presos, como os de Cleriston Pereira da Cunha, o “Clezão” — que morreu na Papuda em 2023 após um mal súbito, sem que seu pedido de prisão domiciliar fosse julgado —, engrossaram o coro. Louvores bolsonaristas, com comparações dos detidos a Jesus Cristo, ressoaram na areia, dando ao ato um tom quase messiânico.

Milhares ergueram cartazes e vozes, exigindo perdão coletivo para crimes que, segundo a Constituição, nem sempre podem ser anistiados — como os hediondos, tortura ou terrorismo.

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