40 mil habitantes e 20 milhões de galinhas: Fantástico vai à capital dos ovos no Brasil para explicar a alta do preço


O preço do ovo disparou 15% em fevereiro, a maior variação em três décadas. Em Santa Maria de Jetibá (ES), produtores explicam o impacto do custo da ração e das altas temperaturas. Entenda por que o ovo pesa no bolso de brasileiros e americanos
A inflação de fevereiro (1,31%) foi a maior para o mês em 22 anos. A conta de luz residencial subiu quase 17%. O preço do café e do ovo também disparou: o café registrou aumento de quase 11%, e o ovo, 15%. Foi a maior variação em três décadas.
O Brasil é hoje um dos países que mais consome e produz ovos. São 1.800 por segundo. Alimento fácil de preparar e nutritivo, está salgado no bolso do consumidor. A cartela, que custava R$ 25 em setembro, agora sai por R$ 34.
Na última sexta-feira (14), o presidente Lula questionou: “O ovo tá caro, e até hoje eu não encontrei uma explicação por que o ovo tá caro”.
Para descobrir, o Fantástico foi até a capital do ovos: Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Espírito Santo, é o município que mais produz no país. A cidade tem 41 mil habitantes e 20 milhões de galinhas.
Fantástico vai à capital dos ovos no Brasil para explicar a alta do preço
Reprodução/Fantástico
A capital do ovo no Brasil
Imigrantes europeus começaram a avicultura na região há 60 anos, seduzidos pelo clima ameno, ideal para a produção — que, segundo o setor, ficou mais cara este ano.
O preço do milho, que compõe boa parte da ração dos animais, subiu 42%. A produtora rural Eufride Foech conta que há 3 anos, comprava o milho a R$ 40. Agora, paga R$ 97 pela saca.
Em condições climáticas normais, a galinha é capaz de botar um ovo a cada 25 horas. Mas o clima não é mais tão propício. As altas temperaturas provocaram uma queda de até 5% na produtividade das granjas.
“O calor faz com que a ave reduza um pouco o consumo de ração e, consequentemente, também, ela está ingerindo menos nutrientes. E aí isso pode influenciar o número de ovos”, explica o médico veterinário Tarcísio Simões Agostinho. “A casca tende a vira mais fina. O produtor tende a ter ovos, além de trincados, também que não são aproveitados”.
Segundo o setor, o preço está alto também por causa da demanda, que vem aumentando no país ano a ano. Especialmente neste período de quaresma.
“O consumo brasileiro subiu bastante. Nós tínhamos lá em 2007 um consumo per capita de 120 ovos e alcançamos, no ano passado, 269 ovos”, afirma Nélio Hand, diretor executivo da Associação de Avicultores do Espírito Santo.
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