Caso Vitória: suspeito era ‘obcecado pela vítima’, diz delegado

Vitória Regina de Sousa e Maicol Antonio Sales dos SantosReprodução

A obsessão de Maicol Antonio Sales dos Santos por Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, pode ter sido determinante para o crime brutal cometido contra a adolescente em Cajamar (SP).

Segundo a investigação, o suspeito monitorava a jovem desde o ano passado e, de acordo com laudo do Instituto Médico Legal (IML), ela morreu em decorrência de facadas no tórax, pescoço e rosto.

O exame também apontou que não houve abuso sexual e que havia presença de álcool etílico no organismo da vítima. A polícia apura se ela pode ter sido dopada antes do crime. Maicol é o único suspeito preso até o momento. A Justiça negou os pedidos de prisão para outros três investigados.

Confissão

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, revelou que o homem confessou o assassinato na noite de segunda-feira (17). A declaração foi dada na presença de um advogado que não era o seu representante oficial, já que a defesa original havia deixado o local ao insistir que o suspeito ficasse em silêncio.

Carmo revelou na coletiva, cujo áudio foi enviado ao portal iG, que um laudo feito no celular do suspeito revelou que ele tinha cerca de 50 imagens de Vitória e de outras jovens com o mesmo tipo físico que a vítima. Uma investigação foi feita com cada mulher presente nas fotos para averiguar se havia denúncia de desaparecimentos, mas felizmente todas elas estão bem.

Para Carmo e os outros investigadores, não há dúvidas sobre Maicol ser o assassino de Vitória. “Nós investigamos todas as pessoas, todos os seus celulares foram apreendidos e serão devolvidos e a gente não tem a menor dúvida quanto ele ser o autor desse crime. E o mais importante: um passo fundamental em prendê-lo, pois não conseguimos salvar a vítima, mas outras poderiam estar na linha de frente desse perigo”, falou.

Entenda o caso

Vitória foi assassinada em Cajamar, na Grande São Paulo. Ela desapareceu em 26 de fevereiro, após sair do trabalho em um shopping da região, e seu corpo foi encontrado no dia 5 de março. A jovem estava sem roupas, apenas com um sutiã na altura do pescoço, com os cabelos raspados e degolada.

A investigação reuniu diversas provas contra Maicol. Vestígios de sangue foram encontrados no porta-malas de seu carro, um Toyota Corolla, e também em sua casa. No celular do suspeito, a polícia identificou que ele perseguia a adolescente há meses.

Testemunhas relataram gritos e movimentações suspeitas na residência dele na noite do crime. A própria esposa do investigado desmentiu sua versão de que dormiu ao lado dela naquela noite, e a localização de seu celular aponta que ele esteve próximo de Vitória.

Outros elementos reforçam a suspeita contra Maicol. Perto do local onde o corpo foi encontrado, peritos localizaram uma pá e uma enxada com material genético. As ferramentas pertencem ao padrasto do suspeito, que afirmou que elas haviam sumido cerca de 15 dias antes do crime e que acreditava que um funcionário as tivesse roubado.

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