Esse esqueleto revolucionou estudos sobre a evolução. Agora, sabemos mais sobre ele

Encontrado na região do vale do Lapedo, em Portugal, no ano de 1998, um esqueleto se transformou em uma das maiores evidências do cruzamento entre os neandertais e os Homo sapiens. A descoberta confirmou que houve contato entre as espécies no passado.

Várias tentativas de calcular a idade da chamada “Criança de Lapedo” fracassaram desde então. Agora, no entanto, uma equipe de arqueólogos conseguiu chegar num resultado utilizando uma técnica mais avançada para determinar a idade dos ossos.

Processo para avaliar materiais degradados foi utilizado

Desde o final da década de 1990, foram menos quatro tentativas de datar o esqueleto. O grande problema encontrado pelos cientistas foi o alto grau de degradação dos ossos, o que impossibilitava uma datação precisa.

Restos do esqueleto da Esqueleto da “Criança de Lapedo” (Imagem: Science Advances)

Para resolver este problema, pesquisadores investiram em uma técnica mais avançada. Extraindo um aminoácido chamado hidroxiprolina do rádio direito da “Criança de Lapedo”, eles conseguiram medir a taxa de decaimento de radiocarbono neste componente do colágeno.

Este processo é considerado ideal para avaliar materiais degradados. Foi assim que a equipe descobriu que os ossos têm entre 27 mil e 28 mil anos. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science Advances.

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Ossos foram encontrados em 1998 (Imagem: Science Advances)

Esqueleto foi enterrado junto com ossos de coelho

  • Os cientistas ainda usaram a técnica em materiais encontrados junto ao esqueleto, como carvão, ossos de um cervo vermelho e restos de um coelho.
  • Eles descobriram que os dois primeiros eram bem mais velhos do que a criança e estavam na área muito antes do enterro dela.
  • Já os ossos do coelho foram espalhados ao redor do esqueleto e apresentam as mesmas manchas avermelhadas dele, além de idade semelhante.
  • Isso indica que o animal foi usado em algum tipo de oferenda funerária, tendo sido colocado na sepultura ao mesmo tempo que a criança.
  • As manchas seriam resultado de uma mortalha tingida de vermelho que cobria o corpo.

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