Curauá, ‘primo’ do abacaxi na Amazônia, pode transformar a indústria de tecidos e automóveis

CBA e curauá

Na rota da “indústria verde”, o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) estuda insumos da Amazônia que podem ser usados na produção de diversos produtos. Uma das pesquisas em destaque envolve o “primo” do abacaxi: o curauá. O uso dele é aproveitado na produção de tecidos, de automóveis e remédios.

Dividido em quatro núcleos – Produtos Naturais, Materiais e Energia, Tecnologia Vegetal e Biotecnologia –, o CBA vem criando alternativas econômicas que unem ciência, tecnologia e conservação ambiental.

É dentro do Núcleo de Tecnologia Vegetal que o curauá é trabalhado. A fibra natural faz parte da mesma família do abacaxi, sendo conhecida por sua forte resistência.

O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) tem se destacado no Amazonas como um importante agente de desenvolvimento econômico e social, promovendo o uso sustentável da biodiversidade amazônica por meio da inovação tecnológica.

Fibra do Curauá

A fibra do curauá, que representa entre 8% e 10% da folha após o processo de desfibramento, tem despertado o interesse de diversos setores industriais.

Fibra do Curauá – Foto: Portal Norte

De acordo com Simone da Silva, gerente do núcleo e pesquisadora, essa fibra é atualmente a mais resistente entre as fibras vegetais estudadas, abrindo caminho para aplicações inovadoras.

Simone da Silva, gerente do núcleo e pesquisadora no CBA – Foto: Portal Norte

Pesquisas

O CBA está trabalhando em parceria com a comunidade de Novo Remanso, no município de Itacoatiara, para estruturar uma cadeia produtiva sustentável do curauá. O objetivo é realizar plantios em escala significativa, capazes de atender à demanda industrial.

Plantios em escala comercial – Foto: Portal Norte

“O centro também desenvolve pesquisas com outras plantas de interesse comercial, como espécies alimentícias, medicinais e ornamentais tropicais, ampliando as possibilidades de aproveitamento da biodiversidade local”, disse a pesquisadora.

Utilização da fibra do curauá

A fibra do curauá tem potencial para ser utilizada em diversos setores, como têxtil, automobilístico, farmacêutico, celulose e papel. Quando misturada a materiais como o polipropileno, por exemplo, ela se transforma em um compósito leve e resistente, já utilizado pela indústria automobilística.

Cadeia produtiva do curauá e produção de mudas em larga escala – Foto: Portal Norte

Esse material tem potencial para substituir a fibra de vidro e até mesmo ser aplicado em vigas resistentes a terremotos, demonstrando a versatilidade e o impacto econômico dessa inovação.

Esse é apenas um dos projetos desenvolvidos pelo centro, que também atua na produção de protótipos com qualidade e quantidade adequadas para atender às demandas industriais.

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