Descoberto enorme! Há um oceano abaixo da superfície da Terra, maior que todos os mares da superfície juntos

Descoberto enorme oceano abaixo da superfície da Terra, maior que todos os mares da superfície juntos

Imagine mergulhar nas profundezas do oceano e sentir a imensidão azul ao seu redor. Agora, multiplique essa sensação por três. É exatamente essa a proporção de um reservatório de água escondido sob nossos pés, descoberto por cientistas em 2014.

A 640 quilômetros abaixo da superfície, dentro do manto terrestre, existe uma quantidade de água três vezes maior que a soma de todos os oceanos do planeta. Mas não espere encontrar rios ou lagos subterrâneos: essa água está presa em um mineral chamado ringwoodite, em um estado que desafia nossa compreensão comum de líquido, sólido ou gasoso.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que analisaram ondas sísmicas geradas por terremotos. Ao medir a velocidade e a trajetória dessas vibrações enquanto atravessavam o interior da Terra, os cientistas notaram algo incomum. As ondem demoravam mais tempo para passar por certas regiões do manto, indicando a presença de um material capaz de absorver água. O culpado? A ringwoodite, um mineral que se forma sob pressões extremas, típicas de centenas de quilômetros abaixo da superfície.

O oceano cobre mais de 70% da superfície do nosso planeta.

O oceano cobre mais de 70% da superfície do nosso planeta.

A estrutura cristalina da ringwoodite age como uma esponja geológica. Em condições de altíssima pressão e calor, ela consegue capturar moléculas de hidrogênio e oxigênio, armazenando água em sua composição. Esse processo não resulta em água líquida, mas em uma forma quimicamente integrada ao mineral. “A ringwoodite tem algo único em sua estrutura que permite atrair hidrogênio e reter água”, explicou Steve Jacobsen, geofísico que integrou a equipe responsável pela pesquisa.

Os cálculos mostram que, se apenas 1% da composição da ringwoodite no manto terrestre for água, isso equivaleria a três vezes o volume de todos os oceanos da superfície. E o mineral pode armazenar até 1,5% de água em sua estrutura. Essa reserva colossal está localizada na chamada “zona de transição” do manto, uma camada entre 410 e 660 quilômetros de profundidade, onde a ringwoodite é abundante devido às condições ideais de pressão e temperatura.

Uma amostra de ringwoodita.

Uma amostra de ringwoodita.

Mas por que essa descoberta é tão relevante? Ela pode reescrever a história da água na Terra. Até então, uma teoria popular sugeria que a água do planeta veio de asteroides e cometas que colidiram com a superfície há bilhões de anos. No entanto, a existência de um reservatório subterrâneo tão vasto apoia a ideia de que parte da água terrestre surgiu de dentro do próprio planeta, liberada gradualmente por processos geológicos ao longo do tempo.

Jacobsen propõe que essa água subterrânea faz parte de um “ciclo hidrológico global”, onde o líquido é reciclado entre a superfície e o interior da Terra através do movimento das placas tectônicas. Quando o mineral rico em água é empurrado para camadas mais profundas, o calor e a pressão o decompõem, liberando água que pode subir até a crosta através de erupções vulcânicas ou atividade geotermal.

A próxima etapa da pesquisa é confirmar se essa camada úmida de ringwoodite se estende por todo o planeta ou se está restrita a regiões específicas. Para isso, os cientistas planejam expandir a rede de sensores sísmicos, captando dados de terremotos em diferentes localidades. Se a hipótese for confirmada, estaremos diante de uma peça fundamental para entender não só a origem da água, mas também a dinâmica interna da Terra e sua capacidade de sustentar vida.

Enquanto isso, a descoberta já expandiu nossos horizontes. Mostrou que a água, elemento essencial para a existência humana, não está apenas nos rios, mares e nuvens, mas também escondida nas entranhas do planeta, em formas e lugares que continuam a surpreender até os maiores especialistas.

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