Copom mantém alerta sobre inflação, enquanto governo aposta em medidas para reduzir preços dos alimentos

O cenário da inflação está “mais adverso”. Essa é a tese do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada em ata publicada nesta terça-feira (25) sobre reunião realizada entre 18 e 19 de março.

O grupo alertou para continuidade na alta dos preços dos alimentos. “Os preços de alimentos mantêm-se elevados e tendem a se propagar para outros preços no médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, diz trecho da ata.

A análise não é diferente daquela feita pelo Copom ainda no começo de fevereiro. 

Governo desafia o mercado

Já com posicionamento do Banco Central no mês passado, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, acreditava em queda de valores. 

“Se você for ao supermercado hoje, vai ver que os preços estão bem melhores que há um mês ou dois. Os produtos vão baixar mais. Temos que tomar todas as medidas para baixar os preços dos produtos”, disse. 

O que já foi feito para mudança do cenário? 

O presidente Lula (PT) afirmou em recente entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, que o governo tem trabalhado para impor medidas que reduzem os custos, mas que  “não consegue controlar as coisas do dia para a noite”. 

No entanto, algumas ações já foram realizadas: 

• O Executivo, pela figura do  vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, realizou reunião com entidades do setor alimentício e outros ministros; 

• O ovo, que foi visto nas prateleiras de mercados como um dos produtos mais caros nesses últimos tempos, teve modo alterado para venda. O Ministério da Agricultura revogou exigência de data de validade em cascas de ovo; 

• Como ação mais recente, Alckmin defendeu que o BC desconsidere a inflação de alimentos e energia ao definir a taxa básica de juros, a Selic. 

Brasil e Japão

A viagem de Lula ao Japão representa também um plano para buscar reduções para a carne. O embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores destacou a articulação durante conversa com jornalistas no último dia 14. 

“Uma das nossas expectativas é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros, especialmente carne bovina e suína in natura”, estabeleceu.

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