Crime organizado capturou polígonos de rede da Brisanet em Fortaleza

O CEO e fundador da Brisanet, José Roberto Nogueira, afirmou em conferência de resultados nesta terça-feira, 25, que facções do crime organizado capturaram polígonos de sua rede em Fortaleza. Segundo ele, o isso levou à perda de 2 mil clientes na capital cearense.

Ainda assim, o estrago para a Brisanet tem sido menor do que o registrado entre provedores pequenos, forçados a fechar as portas. Ele explicou que a maior parte dos negócios de banda larga afetados pelo sequestro ou captura de rede na região metropolitana de Fortaleza e envolvem empresas menores de provimento, muitas dos quais não sobrevivem ao problema de segurança pública.

Nogueira disse que a operadora tem dialogado com as autoridades do estado e com a Anatel a fim de que sejam tomadas medidas adequadas à proteção da rede em áreas faccionadas.

Próximo leilão da Anatel

Nogueira comentou ainda a expectativa para o próximo leilão de espectro da Anatel, que vai licitar o uso da faixa de 700 MHz. Segundo ele, três anos se passaram do prazo de uso desse espectro, houve mudanças macroeconômicas e conjunturais que fizeram a faixa perder valor em relação ao que tinha no certame de 2021.

Por isso, defendeu, que a oferta pelo regulador venha agora a “preço muito menor”. O raciocínio do CEO da Brisanet se assemelha ao que falou Carlos Baigorri, presidente da Anatel, em entrevista exclusiva ao Tele.Síntese.

Expansão do móvel

Nogueira também deu mais informações sobre a ativação da rede móvel no Centro-Oeste. Ali a estratégia é entrar rápido a partir de 2026, por meio de parcerias para utilizar infraestrutura já existente.

“A Brisanet vai usar infraestrutura dos provedores e de operadoras neutras. Já estamos em negociação e vamos fechar os acordos ao longo deste ano de 2025. Vamos começar depois do que começamos com o móvel no Nordeste, mas vai ser um modelo bem mais rápido [de expansão]”, prometeu a investidores.

Enquanto isso, a expansão da rede celular prossegue no Nordeste, sempre com infraestrutura própria fim a fim. “Vamos fazer mais de três capitais ao longo deste ano. Temos hoje Fortaleza, Natal e João Pessoa. Em 2025 faremos mais três”, avisou.

No interior da região, a expansão segue em paralelo, a fim de manter a vantagem competitiva em relação às grandes operadoras (Claro, TIM, Vivo), afirmou. “A Brisanet sempre vai construir capital e o interior, pela vantagem de construirmos bem antes dos principais competidores. As grandes operadoras não têm infraestrutura robusta para chegar nas cidades do interior. Podemos nos antecipar em 10 anos em relação à chegada das outras companhias. O crescimento só não é maior por causa da compatibilidade do smartphone”, disse.

Novas receitas

O CEO da Brisanet disse que a empresa pode gerar novas receitas no futuro com o compartilhamento de seus mini data centers espalhados pelo Nordeste. Mas isso ainda deve demorar a acontecer, pois no momento o foco é total em criar vantagem competitiva sobre as demais.

“É uma oportunidade gigante esse modelo de mini data center. Há oportunidade de explorar isso para terceiros, como empresas de streaming ou outras operadoras. Mas não é foco no momento essa comercialização, e sim a expansão da rede 5G. Esses data centers vão ser até mais importantes do que os data centers nas capitais”, acrescentou.

Quanto às torres que constrói, a empresa não pretende cedê-las. “Construímos mais sites novos do que qualquer outra operadora aqui no Nordeste. Não vamos rentabilizar essa infraestrutura. Não vamos trazer concorrentes para a nova torre”, resumiu.

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