VÍDEO: Mourão revela sua linha de defesa para testemunhar a favor de Bolsonaro

Hamilton Mourão fala sobre denúncia contra Bolsonaro, delação de Cid e 8 de janeiro; assista entrevista exclusiva

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou, em entrevista exclusiva ao programa Ponto Norte, do Grupo Norte de Comunicação, que a acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento na tentativa de golpe de Estado é uma “perseguição política”.

O julgamento da denúncia contra o ex-presidente e mais sete acusados será na próxima semana, no dia 25 de março.

“Não há em nenhum momento provas que possam colocar que houve o golpe em andamento, ou seja, tropa foi colocada na rua, se atacou as instituições, se buscou matar Fulano, Beltrano. O que existem são conversas. Não há o dedo do presidente da República. Eu vejo que há uma perseguição muito clara a pessoa do presidente Bolsonaro”, comentou o senador.

Testemunha

O senador Mourão é uma das 13 testemunhas escolhidas por Bolsonaro para a manifestação de defesa do ex-presidente.

Para ele, a denúncia se configura como uma orquestração de um grupo dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) para “expurgar a pessoa do presidente Jair Bolsonaro da vida política do país”.

No testemunho, o senador pretende dizer que nunca ouviu de Bolsonaro a pretensão dele se tornar um “ditador dentro do país” ao longo de todos os anos de convivência na Presidência da República, na campanha eleitoral e durante o período de ativa no Exército Brasileiro.

“Em nenhum momento eu ouvi do presidente a visão de que ele pretendia se tornar um ditador dentro do país, cercear a liberdade dos demais poderes existentes, e tornar o regime no Brasil de partido único, sem que Legislativo e Judiciário tivessem voz ativa”, completou.

Entrevista com senador Hamilton Mourão no programa Ponto Norte. – Vídeo: Grupo Norte de Comunicação

Delação Mauro Cid

Questionado sobre o que pode ter motivado as declarações de Mauro Cid à Polícia Federal (PF), Mourão disse ter se tratado de uma “coerção”.

“Isso está muito claro, deveria ter sido anulada no momento em que o próprio juiz, o ministro Alexandre de Moraes, ameaça a família de Cid. Isso não está previsto em uma delação premiada”, critica.

Segundo o senador, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relatou apenas o que vi

“Eu vejo que o Cid relatou uma porção de coisas que ele viu, mas quando junta esses fatos todos, são conversas. E a partir do momento que vamos ser condenador por “conversas” vamos entrar em um terreno extremamente perigoso”, destacou ele.

De acordo com ele, uma “prova contundente” seria algo comparado à Revolução de 11 de setembro de 1922, episódio conhecido como “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”, quando militares bombardearam o centro da cidade.

“Então, vamos dizer que essa turma toda se reunisse no Palácio da Alvorada, no dia da posse do presidente da República, e de lá saísse armada para impedir a posse do presidente. Isso seria uma tentativa de golpe. Mas não tivemos isso em nenhum momento aqui no Brasil”, exemplificou.

8 de janeiro

O ato de 8 de janeiro também foi citado por Mourão como um caso sem relação com a denúncia.

“O 8 de janeiro foi uma baderna, uma parcela expressiva da população representada pelo grupo que estava lá”, pontua.

Na visão do senador, quem praticou o ato de vandalismo deve ser condenado.

Apesar disso, Mourão se declara pró-anistia e acredita que rotular o 8 de janeiro como golpe é “uma forçação de barra absurda”.

Hamilton Mourão será o entrevistado do programa Ponto Norte desta semana.

A entrevista vai ao ar nesta sexta-feira (21), às 16h (horário de Brasília) no Portal Norte, e à noite na TV Norte, após a série “The Chosen”.

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