Oi reduz dívida em 53% após venda de ativos e migração para regime privado

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A Oi divulgou na noite desta quarta-feira, 26 de março, os resultados financeiros do quarto trimestre e do ano completo de 2024, destacando redução expressiva de sua dívida bruta e ajustes operacionais após a venda de ativos importantes e mudanças regulatórias.

Em comparação ao ano anterior, a dívida bruta da companhia caiu 53,1%, alcançando R$ 11,95 bilhões, reflexo direto do novo Plano de Recuperação Judicial (PRJ).

Venda da UPI ClientCo e transição regulatória

Durante 2024, a Oi concretizou processos fundamentais previstos no PRJ, incluindo a alienação da UPI ClientCo para a empresa de infraestrutura neutra V.tal, transação aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O valor total da operação, concluída em fevereiro de 2025, foi de R$ 5,68 bilhões, não envolveu pagamento em dinheiro, mas a troca de ações e desconto em dívida.

Outro marco importante no período foi a migração da concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) para o regime privado, concluída com a assinatura do Termo Único de Autorização junto à Anatel em novembro. Este movimento representa uma redução significativa nos custos regulatórios associados aos serviços de telefonia fixa legada.

Desempenho operacional e financeiro no 4º tri

Apesar desses avanços na reestruturação financeira e operacional, a companhia registrou redução na receita líquida. No quarto trimestre, as receitas somaram R$ 625 milhões, sendo 65% desse valor proveniente da Oi Soluções, atual principal negócio da empresa. A Oi Soluções isolada teve receitas de R$ 409 milhões, redução de 24,3% na comparação anual. O segmento enfrentou quedas contínuas na demanda por serviços baseados em tecnologia de cobre, compensadas parcialmente pelo avanço em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

No trimestre, a companhia teve prejuízo de R$ 2,9 bilhões, muito impactado pelo resultado financeiro, uma vez que a empresa tem títulos em dólar, moeda que apresentou valorização frente o real.

No período, os custos e despesas recorrentes da Oi também recuaram, atingindo R$ 2 bilhões, redução anual de 16%, excluindo gastos com aluguel e seguros. O EBITDA de rotina da companhia, entretanto, foi negativo em R$ 132 milhões no quarto trimestre, refletindo principalmente a queda de receitas não-core.

Investimentos mais seletivos no 4º tri

Os investimentos (Capex) no trimestre foram de R$ 108 milhões, recuando 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este valor demonstra uma estratégia mais seletiva da companhia, focada em otimizar rentabilidade em meio à transição para novos modelos operacionais.

A Oi encerrou 2024 com R$ 1,77 bilhão em caixa, recuo de 19,3% em relação ao ano anterior, mas avanço trimestral de 35,1%, impulsionado principalmente por depósitos judiciais e pela venda antecipada de ativos não essenciais.

Resultado consolidado de 2024

No consolidado anual, de janeiro a dezembro, a receita líquida das operações continuadas somou R$ 3,68 bilhões, queda de 26,1%, refletindo as mudanças estruturais pelas quais a empresa passou durante o ano.

O EBITDA foi negativo em R$ 175 milhões ante resultado positivo de R$ 37 milhões em 2023, impactado pela transição operacional e diminuição dos serviços tradicionais baseados em cobre.

Já o Capex total de 2024 ficou em R$ 204 milhões, queda de 64,7% sobre 2023. No ano, a empresa registrou lucro de R$ 9,61 bilhões, impulsionado pela venda de ativos, revertendo o prejuízo de R$ 5,42 bilhões visto em 2023.

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