A decisão do STF de tornar Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe e atentado ao regime democrático não é apenas um revés jurídico, mas um marco político que redefine o futuro da direita no Brasil.
Se condenado, o ex-presidente abre um vácuo de liderança que já movimenta aliados e adversários, em um efeito dominó que chega ao Amazonas e aos bastidores da sucessão em 2026.
A condenação de Bolsonaro aceleraria a procura por um herdeiro político do bolsonarismo. Enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr.
(PSD-PR) surgem como nomes mais palatáveis ao centro, Michelle Bolsonaro tenta se consolidar como a nova referência para a militância mais fiel.
No Amazonas, porém, não há um nome com apelo nacional, o que pode deixar o bolsonarismo regional enfraquecido e sem direção clara. Se Bolsonaro ficar impossibilitado de disputar as eleições do ano que vem, o quórum bolsonarista amazonense pode se fragmentar: Uma ala pode migrar para Wilson Lima, que já flerta com o bolsonarismo moderado.
Outra deve se abrigar sob a liderança de Capitão Alberto Neto, que busca protagonismo e quer ser o principal nome da direita no estado. Se a condenação de Bolsonaro sair antes de 2026, a direita amazonense precisará se reorganizar sem ele na urna.
Se o julgamento se arrastar, a campanha ocorrerá sob a sombra de um Bolsonaro condenado, o que pode ser um fardo ou um combustível eleitoral.
O que observar agora
Wilson Lima: O governador pode tentar se consolidar como o nome seguro para a direita moderada. Contudo, com a direita dividida, nomes como Plínio Valério, Alberto Neto e até o núcleo de David Almeida e outros postulantes podem tentar ocupar esse espaço, especialmente se o debate político migrar para pautas locais, como Zona Franca de Manaus e geração de empregos.
O STF não apenas colocou Bolsonaro no banco dos réus, mas acelerou a transição para uma nova fase da direita brasileira. No Amazonas, onde política se faz com máquina, alianças e timing, os próximos meses serão decisivos.
O bolsonarismo local enfrentará sua maior prova de fogo. Para aliados do ex-presidente, a mensagem é clara: ou encontram um novo norte, ou ficarão vulneráveis em 2026.
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