Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (9), o delegado da polícia Civil (PC-AM) Marcelo Martins relatou detalhes sobre a prisão de André Elias Soares, de 39 anos, suspeito de invadir uma sinagoga na última segunda-feira (7) e divulgar conteúdos extremistas em Manaus.
Conforme o delegado, o suspeito já tinha várias passagens pela polícia e é considerado uma figura de alta periculosidade.
“Vários vídeos que circulam na internet mostram o quanto ele é perigoso e, no ato da prisão, tivemos que fazer o uso da força para contê-lo porque ele tentou resistir à prisão. Ele tem uma formação em computação, ele é uma pessoa intelectualizada e preparada para fazer esses tipos de coisas” disse o delegado.
Nos documentos deixados por André na sinagoga, foram encontrados links para acessar arquivos contendo fotos de montagens simulando atos sexuais com crianças, incluindo filhos de autoridades políticas e religiosas. Além disso, também foram localizados vídeos com ameaças a diversas autoridades.
“Ele pegava fotos de crianças e fazia montagem colocando o pênis na boca das crianças, colocando a figura de uma criança judaica com o pênis na boca. O objetivo dele era ofender a comunidade judaica com essas imagens, cometendo todos esses crimes, o suspeito e de alta periculosidade e o fato dele ter invadido a sinagoga indica que ele passou dos limites apenas da verbalização ele já partiu para uma ação concreta para fazer outros crimes” finaliza o delegado.
O mandado foi deferido e cumprido às 5h desta quarta-feira em sua residência, localizada em um flutuante no Tarumã, zona rural de Manaus.
Denúncias de antissemitismo no Brasil
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgaram um levantamento que mostra que denúncias de discriminação e violência contra judeus, o antissemitismo, aumentaram no Brasil desde o início do mais recente conflito entre Israel o grupo palestino Hamas, em 7 de outubro.
O Departamento de Segurança Comunitária Conib/Fisesp registrou 467 denúncias no mês de novembro de 2023, contra 44 em outubro de 2022. De janeiro a outubro de 2023, foram 876, enquanto no mesmo período de 2022 foram 375.
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