Solange Almeida seria a principal atração de uma festa em Alto Alegre, mas o evento foi suspenso pela Justiça de Roraima nesta quarta-feira (9).
A apresentação estava prevista para acontecer nos dias 19 e 20 de abril na comunidade indígena do Sucuba.
A decisão, assinada pela juíza Sissi Schwantes, atendeu a um pedido do Ministério Público de Roraima (MP-RR). O evento foi considerado um gasto público excessivo diante da realidade socioeconômica do município.
“Grande parte dos munícipes sobrevive somente dos auxílios governamentais, não contando com emprego, com renda. Ou seja, a pobreza e as necessidades básicas da população gritam, com um brado ensurdecedor, não sendo razoável, nem proporcional dispender essa vultuosa quantia de dinheiro público para a realização de festejos, que ocorrerão em apenas dois dias”, destacou a magistrada.
Promotoria afirma que Alto Alegre enfrenta deficiências
O festival, intitulado XIX Festival dos Povos Indígenas do Sucuba, seria bancado com recursos da Prefeitura de Alto Alegre, repasses estaduais por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e emendas parlamentares.
No entanto, a Promotoria apontou que o município enfrenta sérias deficiências na oferta de serviços públicos essenciais.
A Promotoria de Justiça de Alto Alegre relatou falta de professores, problemas no transporte escolar, ausência de raio-x no hospital municipal, falhas no fornecimento de água e necessidade de recapeamento das vias urbanas.
O promotor de Justiça Paulo André de Campos Trindade, autor da ação, considerou que o investimento no evento ignora a realidade enfrentada pela população.
Show de Solange Almeida
O show da cantora Solange Almeida em Alto Alegre foi contratado por R$ 482,5 mil, o que corresponde a cerca de 20% do valor total do evento.
O anúncio foi feito no dia 18 de fevereiro de 2025, e além de Solange, atrações locais estarão no festival.
Diante da suspensão, a Justiça estipulou multa de R$ 100 mil ao prefeito Wagner Nunes (Republicanos), ao governador Antonio Denarium (PP) e ao secretário de Cultura, caso a ordem judicial seja descumprida.
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