Dono de mercado preso por venda de produtos vencidos se dizia ‘naturopata’ e tratava pessoas em situação de rua de forma ilegal


Homem de 66 anos mantinha mercado que foi interditado pela Vigilância Sanitária em Campinas (SP). Segundo a polícia, ele não tem formação em saúde e nem permissão para atuar na área. Dono de mercado é preso por venda de produtos vencidos e sem procedência em Campinas
O comerciante de 66 anos preso na manhã desta quinta-feira (10), em Campinas (SP), por vender produtos de origem duvidosa e vencidos, dizia ser naturopata e oferecia tratamentos para pessoas em situação de rua sem ter qualquer formação na área.
A naturopatia é uma área da medicina alternativa que usa terapias ditas como naturais para curar problemas de saúde. De acordo com a Polícia Civil, José Antônio Salomone Villafañez disse que, no passado, tratou feridas e outras enfermidades de moradores de rua.
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No comércio, fechado pela Vigilância Sanitária, os agentes encontraram um carimbo de naturopata, receitas e medicamentos, além de instrumentos para a prática ilegal de ozonioterapia. Porém, os policiais destacaram que ele não tem formação ou inscrição em conselho para exercer a área.
Questionado, José teria dito que os remédios seriam para consumo próprio, mas como estavam em prateleiras atrás do balcão, os investigadores desconfiaram de comercialização ilegal.
Produtos vencidos
O estabelecimento, chamado de Mercado do Zeppe. A Polícia Civil foi ao local depois de receber a denúncia anônima de que o mercado estaria vendendo produtos obtidos em crimes. Havia alimentos vencidos e cigarros contrabandeados do Paraguai.
Além disso, os produtos nas prateleiras eram unitários, não estavam acompanhados de outros da mesma marca ou tipo, e a higiene era inadequada. Com relação à origem, o comerciante teria confessado que recebia os produtos de pessoas em situação de rua.
Todos os itens foram apreendidos e o homem foi levado ao 1º Distrito Policial. Ele deve responder por prática de receptação qualificada, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e crime contra as relações de consumo.
O que diz o comerciante?
Em nota à EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa do comerciante José Antônio Salomone Villafañez disse que ele é “um cidadão honrado, com residência fixa, ficha criminal absolutamente limpa e uma vida inteira dedicada ao trabalho digno e à sua família. É uma pessoa primária, de conduta ilibada, amplamente reconhecida pelo seu caráter, responsabilidade e honestidade”.
Afirmou também que, neste momento, “é essencial que se respeite o devido processo legal e a presunção de inocência, pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito. O senhor José Antônio está colaborando com todas as autoridades competentes e confia plenamente na Justiça. Ao longo do processo, a verdade será esclarecida e sua inocência plenamente reconhecida”.
“Ressaltamos que ele não deve nada a ninguém, jamais teve qualquer envolvimento com atos ilícitos e segue comprometido com a verdade, com a transparência e com sua reputação construída ao longo de décadas de trabalho. A defesa reitera sua confiança no esclarecimento dos fatos e no restabelecimento da integridade moral do senhor José Antônio”, completou.
Dono de mercado é preso por venda de produtos vencidos e sem procedência em Campinas
Vigilância Sanitária/Divulgação
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