Na tarde desta quinta-feira (10), uma reunião extraordinária do Conselho de Transporte do Município de Belém, realizada na sede da Secretaria de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade (Segbel), resultou na aprovação da proposta de reajuste da tarifa de ônibus para R$ 5,60. A decisão provocou protestos imediatos em frente ao prédio, localizado na avenida Senador Lemos, com manifestações organizadas por estudantes, movimentos sociais e usuários do transporte coletivo.
A nova tarifa representa um aumento de 40% em relação ao valor atual de R$ 4, e foi aprovada por 14 votos favoráveis, de um total de 18 votantes — quatro representantes estiveram ausentes e houve um voto nulo. Agora, o resultado da votação será encaminhado ao prefeito Igor Normando, que tem a decisão final sobre a aplicação ou não do reajuste. Segundo a Segbel, não há prazo definido para a deliberação do prefeito, que não está vinculado ao resultado do conselho.
O valor aprovado está em conformidade com a proposta apresentada anteriormente pela extinta Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e é inferior ao sugerido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel), que defendia a tarifa de R$ 5,80.
A justificativa do setor empresarial é de que o reajuste buscava equilibrar os custos operacionais e garantir a qualidade do serviço, mesmo diante de dificuldades financeiras enfrentadas pelo sistema.
A reunião aconteceu sob forte mobilização popular. Do lado de fora da Segbel, manifestantes denunciaram as más condições do transporte público na capital paraense, criticando a precariedade dos ônibus, a escassez de linhas, a demora nos horários e problemas estruturais como veículos quebrados, goteiras e superlotação.
O cenário de insatisfação popular foi intensificado com a possibilidade de um aumento significativo no valor da tarifa, sem contrapartidas claras em melhorias no serviço.
Entre os argumentos dos manifestantes estava a preocupação com o impacto social do reajuste, especialmente para estudantes, trabalhadores informais e moradores das periferias, que dependem do transporte coletivo para estudar, trabalhar e acessar serviços essenciais.
O protesto denunciou ainda o contraste entre o valor proposto e a qualidade oferecida, que, segundo os manifestantes, não justifica o aumento.
Apesar da aprovação no Conselho de Transporte, o impasse agora recai sobre a decisão do prefeito. Em declaração anterior, feita nesta semana, Igor Normando se posicionou publicamente contra o aumento, mas culpando a gestão anterior pelo possível acréscimo no valor da passagem.
Enquanto isso, a população segue aguardando a decisão final com preocupação, temendo que o reajuste seja mais um agravante na já delicada situação da mobilidade urbana em Belém.
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