Bombardeio israelense danifica um dos poucos hospitais em funcionamento em Gaza

Uma maca abandonada em meio aos escombros após um bombardeio israelense no Hospital Al Ahli, na Cidade de Gaza, em 13 de abril de 2025Omar AL-QATTAA

Omar Al-Qattaa

Um bombardeio israelense danificou o hospital Al Ahli na Cidade de Gaza neste domingo (13), uma das poucas instalações médicas restantes no devastado território palestino.

O Exército israelense afirma ter atingido um “centro de comando” do movimento islamista palestino Hamas que, segundo afirma, operava no complexo.

O Hamas governa a Faixa de Gaza desde 2007 e desencadeou a guerra após seu sangrento ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.

Desde o início do conflito, milhares de moradores de Gaza encontraram refúgio em hospitais, muitos dos quais foram danificados ou ficaram fora de serviço pelos bombardeios.

O ataque ao hospital Al Ahli ocorreu “poucos minutos após um alerta do exército [israelense] pedindo a evacuação de pacientes, feridos e seus acompanhantes”, disse a Defesa Civil palestina.

“O bombardeio destruiu o prédio cirúrgico e a estação de produção de oxigênio destinada às unidades de terapia intensiva”, acrescentou a agência de resgate.

O hospital parou de funcionar, disse Mounir Al Barsh, funcionário do Ministério da Saúde de Gaza.

Imagens tiradas pela AFP mostram blocos de concreto e montes de metal retorcidos espalhados pelo local. A explosão deixou um grande buraco no prédio.

“Quando chegamos ao portão do hospital, eles o bombardearam, houve uma explosão enorme”, disse Naila Imad, uma palestina deslocada de 42 anos que foi retirada do hospital.

“Meus filhos e eu estamos desabrigados. Já fomos deslocados mais de 20 vezes, não sabemos mais para onde ir; o hospital foi o último recurso”, disse ela à AFP.

Outro bombardeio israelense em Deir al-Balah, na faixa costeira central, deixou sete mortos, incluindo seis irmãos, informou a Defesa Civil.

Após quase dois meses de trégua, Israel retomou as operações aéreas e terrestres sobre o território palestino em 18 de março.

As autoridades de Gaza denunciaram repetidamente os ataques a hospitais por Israel, que acusa o Hamas de usar essas instalações para fins militares.

O movimento islamista denunciou “um novo crime de guerra” perpetrado por “uma entidade criminosa que violou todas as leis, regras e normas humanitárias, sob o disfarce e com a cumplicidade dos Estados Unidos”.

No início da guerra, o hospital Al Ahli foi alvo de um ataque que deixou centenas de mortos.

O Hamas acusou Israel, mas o então presidente americano, Joe Biden, protegeu seu aliado, apontando o dedo para a Jihad Islâmica, uma aliada do grupo islamista, por lançar “um foguete fora de controle”.

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