China pede que EUA ‘eliminem completamente’ tarifas recíprocas e corrijam seus ‘erros’


Declaração foi dada pelo Ministério do Comércio chinês neste domingo (13), depois que governo dos Estados Unidos isentou celulares, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. A China pediu aos Estados Unidos, neste domingo (13), que “eliminem completamente” suas tarifas recíprocas, depois que Washington anunciou uma isenção para celulares, computadores e outros produtos eletrônicos.
“Instamos os Estados Unidos (…) a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio em um comunicado.
Na sexta-feira, o Serviço de Alfândega dos EUA anunciou que smartphones, laptops, chips de memória e outros produtos seriam excluídos das tarifas globais implementadas pelo presidente Donald Trump há uma semana.
O Ministério do Comércio da China disse que o anúncio foi um “pequeno passo” e que a China estava “avaliando o impacto” da decisão.
As isenções beneficiarão empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Dell, assim como a Apple, que fabrica iPhones e outros produtos de ponta na China.
A maioria dos produtos chineses ainda enfrenta uma tarifa geral de 145% para entrar nos Estados Unidos.
Eletrônicos isentos
iPhone e Donald Trump
Apple e Reuters
O governo Trump isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das ‘tarifas recíprocas’ anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. A medida foi divulgada na noite desta sexta-feira (11) pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países, explica a Bloomberg.
A autoridade dos EUA listou 20 categorias de produtos, que além dos celulares e computadores, incluem semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. A Bloomberg destaca que estes itens não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção no país exigiria anos de estruturação.
A agência de notícias pontua também que a suspensão das tarifas pode ser temporária e que os produtos podem ser taxados com novas alíquotas em breve.
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Alívio para consumidores e big techs
Os eletrônicos representam parte significativa das importações da China para os EUA.
Em 2024, os smartphones foram a principal importação chinesa para o país, totalizando US$ 41,7 bilhões, e os laptops ficar em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões, de acordo com dados do US Census Bureau divulgados pela Reuters.
A isenção sobre esses produtos pode reduzir o impacto no bolso dos consumidores americanos e beneficiar grandes empresas do setor, segundo a Bloomberg.
Analistas da Wedbush chamaram a exclusão tarifária de “a melhor notícia possível para investidores em tecnologia”, neste sábado (12), segundo a CNN.
‘Fuga’ de iPhones
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A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo. A Counterpoint Research estima que, agora, 20% do total de importações de iPhone para os EUA vem da Índia, e o restante continua vindo da China.
Após o anúncio das novas tarifas sobre produtos chineses, analistas passaram a prever um possível aumento nos preços dos iPhones vendidos no mercado americano, diante da forte dependência da Apple da cadeia de produção chinesa.
Para “driblar o tarifaço”, a empresa acelerou os embarques vindos da Índia e fretou aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones — o equivalente a 600 toneladas — até os Estados Unidos, segundo a Reuters. Na ocasião, o imposto de importação para produtos indianos era de 26%, bem abaixo da alíquota de 145% aplicada à China.
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